Uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas foi desmantelada, ontem, em Lavras do Sul. Os criminosos agiam de forma intensa no município vizinho de Bagé. A ação denominada Operação Mercúrio contou com a Polícia Civil, Brigada Militar, Ministério Público do Rio Grande do Sul e teve o apoio de agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

A Operação Mercúrio teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa da região metropolitana do Estado, que estava em processo de instalação na cidade.

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão preventiva, além da realização de buscas em celas no interior da Cadeia Pública de Porto Alegre e no Presídio Regional de Bagé.

Segundo o Promotor de Justiça em atuação em Lavras do Sul, Cláudio Rafael Morosin Rodrigues, a facção, que buscava se instalar em Lavras, vem operando no tráfico de drogas, associação para o tráfico e também ordenando a realização de homicídios. Segundo ele, são verdadeiras execuções decorrentes do exercício da traficância, de maneira que a operação é uma importante ação estatal visando coibir tais condutas em uma cidade pacata do interior do Estado.

Comando nos presídios

Comandados pelo delegado André de Matos Mendes, os policiais investigavam há alguns meses uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas com intensa atuação em Lavras do Sul. Durante as investigações, os agentes descobriram que a facção era comandada por presos de dentro de casas de detenção do Rio Grande do Sul - como do Presídio Regional de Bagé, Presídio Central de Porto Alegre e a Penitenciária Estadual de Porto Alegre.

Os policiais relataram que, de dentro da cadeia, partiu a ordem para execução de um traficante - esse que foi o primeiro homicídio relacionado ao tráfico de drogas em 2020. Na ação ocorrida ontem, os policiais cumpriram mandados de prisão preventiva - onde os mandantes do tráfico de drogas em Lavras do Sul já estão presos na Penitenciária Estadual de Porto Alegre.

De acordo com as informações repassadas pela polícia, mesmo presos, os criminosos davam ordens de execução, enviavam drogas, recebiam dinheiro em contas de terceiros e mandavam intimidar com violência usuários que estavam devendo. Eles sempre faziam essas ameaças com fotos e vídeos e colocavam nas redes sociais.