O bageense Rodrigo Tavares participa, no domingo, às 16h, de sessão de autógrafos de três dos seus livros: Andarilhos, Noite escura e Ainda que a terra se abra. Isso no estante institucional da Feira do Livro, que ocorre no Festival Literário Cultural, no largo do Centro Administrativo. Apesar de não residir na cidade, Tavares é bastante presente na Rainha da Fronteira, inclusive como organizador de feiras literárias (como a FestFronteira). Ele fala desta edição da Feira do Livro com bastante entusiasmo: "Autografar em Bagé é sempre uma alegria e um privilégio, por ser a feira que me formou leitor e por ser a feira que eu autografei um livro pela primeira vez, lá em 2007".

Sobre a expectativa para esse momento de reencontro, uma vez que essa edição da mostra ocorre após um longo período sem o contato presencial autor/público, admite esperar que os leitores apareçam para essa troca, para um abraço. E ainda destacou a importância de todos valorizarem a literatura e a música, tão importantes no período em que o distanciamento social foi exigido. "A retomada do contato presencial é muito importante e espero que o público valorize isso, que se lembre de como os livros e as músicas foram importantes no começo da pandemia, para que todos não enlouquecessem. Que, nesse momento, prestigiem a feira e apareçam lá para nos dar um abraço", enfatiza.

Questionado sobre a participação de autores tão diversos, sustenta que as feiras são, por natureza, espaços democráticos, onde jovens autores podem dividir espaço com aqueles já consagrados. "E ter uma família literária é importante para os escritores", argumenta. Ao mesmo tempo, revela que o o mais importante é o contato com o leitor. "Principalmente, formar novos leitores em um país que lê tão pouco", pondera.

Rodrigo Tavares nasceu em Bagé, em 1986. Reside em Porto Alegre e é também autor dos livros Contos sangrentos e A tropeada. Vale estar atento aqueles que serão autografados na mostra. Noite escura conta a história da perseguição de uma testemunha ocular de um crime cometido por um assassino de aluguel que nunca deixa pistas. "No interior do Brasil, um sujeito que estava no lugar errado tem que fugir para não acabar morto", define a sinopse oficial. Trata-se de um thriller influenciado pela ficção de polpa (pulp fiction), com histórias de mortes e perseguições em um ambiente regional.

Já em Ainda que a terra se abra, Tavares apresenta um jovem professor de Direito que retorna ao Sul após a morte do pai. Segundo resume o site oficial de Tavares, o personagem descobre que o Pampa não é mais o mesmo e precisa lidar com a culpa, em um verdadeiro reencontro com o passado, e buscar, então, seu lugar na família. Por fim, em Andarilhos, romance considerado um novo clássico da literatura regional brasileira, Tavares apresenta Pedro Guarany, um encantador de cavalos marcado por uma antiga tragédia; João Fôia, lacônico homem cuja real personalidade é um mistério; e o francês Alphonse Saint Dominguet, cujo olhar forasteiro revela a estranheza, os arcaísmos e a alma profunda desta região do Brasil.

"Esses três andarilhos se reúnem em uma improvável comitiva de viagem, passando por cenários pitorescos, enfrentando ameaças e, principalmente, o passado - sempre à espreita (como um tigre nas matas) - pronto para cobrar seus tributos", apresenta o site oficial do escritor. "Trata-se de uma história que envolve temas universais, como o amor, a perda, amizade e (quem sabe) a redenção, e que apresenta grandes e verossímeis personagens - que criam empatia logo nos primeiros traços", completa.

Destaques da programação

Marsal Alves lança O livro dos barcos e Galicia, a casa na árvore nesta sexta-feira, às 17h, com sessão de autógrafos no estande institucional da Feira do Livro. 

Antes disso, logo pela manhã, às 8h, no palco principal, tem exibição do curta Ogum/Procissão, como parte da programação da Feira de Turismo. Já às 9h, é a vez da exibição do curta Vila de Santa Thereza. A partir das 10h tem o passeio Caminhos da Rainha (com saída do estande de Turismo). Depois, às 15h, tem mais uma vez o passeio.

Às 16h, ocorre uma mesa redonda com artistas do Canto sem fronteira. Isso no palco principal. O tema é recomeço. Às 18h, a escritora Gladis Deble participa de sessão de autógrafos do livro Fadário da rua Sete. Às 20h, começa o Canto sem fronteira.