BAGÉ WEATHER

Médica afirma

Queda brusca de temperatura provoca maior número de doenças

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Ambientes devem ser aquecidos, mas é preciso evitar sair deles sem agasalhos

Falta uma semana para o início oficial do inverno. O frio, que faz muitas pessoas das regiões Norte e Nordeste do país se deslocarem para as cidades da Serra do Rio Grande do Sul, sempre com a expectativa de verem a neve e provarem da gastronomia, também castiga aquelas pessoas que sofrem com doenças respiratórias. O frio rigoroso na região da Campanha, onde os termômetros registram zero grau e sensação térmica negativa, é bastante prejudicial para os mais vulneráveis, como crianças e idosos.   

  

A reportagem conversou com a médica pneumologista Flávia Marzola da Silveira, que explicou que essa variação de temperatura  é prejudicial para pessoas idosas e crianças pequenas. Isso porque - muitas vezes - os idosos e as crianças ficam só deitadas, não movimentam a via área, se aglomeram, não ventilam os ambientes em função do frio e não se hidratam o suficiente. "É importante lavar a via área. Sem falar que o frio intenso inflama os brônquios e a narina e isso é muito ruim para o sistema respiratório", pontuou. 

  

A médica ainda explicou que, quando há a troca da temperatura por causa da saída do outono e entrada do inverno, e da estação mais fria para a primavera, é muito comum a circulação de vírus. Combinado a isso, as pessoas ficam mais aglomeradas, lavam menos as mãos, o que faz com que esses vírus de transmissão respiratória sejam mais transmitidos, justamente porque as pessoas ficam mais juntas em decorrência do frio. 

  

De acordo com Flávia, os pacientes que têm asma, bronquite crônica e enfisema costumam, em função do frio, descompensar mais nesta época do ano, muito em consequência dessa menor ventilação, que propicia a maior transmissão de vírus e bactérias, o que prejudica demais esse grupo. A profissional ainda elencou que, além de todas as doenças cardiocirculatórias, o frio pode fazer com que a pessoa exposta tenha aumento da pressão arterial, infartos, cardiopatia isquêmica e acidente vascular cerebral - a ocorrência de todas essas doenças aumentam no frio.  

  

Já as pneumonias, sustentou a médica, são provocadas mais pela redução de movimentação e por resfriamento do corpo. "As pessoas adoecem mais no inverno porque as condições são mais adversas e a nossa região tem condições muito adversas. Com o frio muito intenso durante o dia e uma alternância de temperatura, às vezes, com o sol, as pessoas sentem muito essa variação e isso leva a uma inflamação da via área. 

  

Cuidados e hábitos 

Sobre quais os cuidados são necessários diante do frio, a médica ponderou que é importante "não pegar frio intenso, fazer resfriamento brusco do corpo". Ela exemplificou que não é aconselhável, por exemplo, estar ao lado do fogão a lenha ou lareira e sair para o frio. E é importante que as pessoas que saem para a rua sempre coloquem um agasalho. Uma boa hidratação também é indispensável. "E, acima de tudo, não ficar exposto ao frio", reiterou. 

  

Flavia Marzola diz que a lareira e o fogão a lenha são nossos aliados, porque precisamos estar em um ambiente confortável e aquecidos. O que acontece, muitas vezes, é o uso inadequado. Por exemplo, se as pessoas não limparem as chaminés isso fará com que a fumaça vá para dentro do ambiente e, com isso, "irá acontecer uma toxidade da via área, provocada pela fumaça", levando, segundo ela, a uma inflamação e aumentando a produção de infecções.  

  

Por fim, ela enfatizou que é errado pensar que ficar em ambiente frio é o correto. "O correto é que esse local esteja aquecido. Mas é preciso bom senso. Se tu for sair de uma peça que está quente para um espaço que está gelado, é necessário colocar um agasalho. Ou se vir de um local frio e entrar em lugar quente, a pessoa tem que retirar um pouco da roupa para evitar que a pessoa fique transpirando", sustentou. 

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