Foi concluído o laudo técnico sobre os problemas apresentados no prédio da igreja Nossa Senhora Auxiliadora. Ao invés da substituição total do telhado, a indicação é pela limpeza e manutenção da estrutura, além de outros reparos para conter as infiltrações.

Há algum tempo o jornal Folha do Sul acompanha o empenho da comunidade em viabilizar as obras de reforma da igreja. A estrutura histórica, ao longo do tempo, passou a apresentar alguns problemas. O principal deles são as manchas nas paredes internas causadas por infiltrações.

Por isso, o engenheiro civil e especialista em patologia das construções e em avaliações e perícias, Jerônimo Bazerque, elaborou um laudo técnico apontando quais problemas afetam a estrutura o que se deve fazer para saná-los. A reportagem teve acesso ao laudo e conversou com o profissional.

Ele descartou a proposição anterior de trocar totalmente as telhas que compõem o telhado, indicando a manutenção da estrutura. "Limpeza das telhas e substituição das que estiverem quebradas", acrescentou Bazerque.

Dentre os problemas elencados pelo engenheiro, os principais estão localizados no telhado, nas sacadas laterais, no terraço ao fundo, nas estruturas metálicas do telhado e nas estruturas internas que já estão sendo acometidas pelas infiltrações.

As manchas já estão visíveis a olho nu, tanto na parte interna da igreja quanto na parte externa. O relatório fotográfico elaborado por Bazerque expõe esses problemas. É possível perceber manchas na fachada do prédio, assim como recuperações inadequadas de diferem do restante da estrutura. Há também a chamada eflorescência, que consiste no acúmulo de sais solúveis existentes na argamassa de chapisco, emboço e/ou reboco que juntamente com água afloram até superfície. Isso acontece quando a água infiltra e dissolve sais presentes no cimento e cal, por exemplo.

A drenagem do prédio também está comprometida, assim como a impermeabilização. Há também a oxidação das estruturas metálicas, além da necessidade de retirada da vegetação e das fezes de pombos que se acumulam em alguns locais.

Próximos passos

O documento, que contém 47 páginas, foi protocolado ontem na Prefeitura de Bagé. Com isso, o laudo será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae) para uma análise. A expectativa é de que essa etapa seja concluída em cerca de 30 dias. "Com a aprovação do Iphae e Prefeitura, os trabalhos citados no laudo poderão ser executados", afirmou Bazerque.

Enquanto isso não acontece, é grande a expectativa. "Mas está em bom caminho", comemorou o frei Juan Miguel Méndez, administrador da paróquia.