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Debate

Entidades opinam sobre reajuste do mínimo regional

Niela Bittencourt imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Impacto no comércio não deve ser significativo

O governo Eduardo Leite encaminhou para a Assembleia Legislativa o projeto de lei que prevê reajuste de 9% no salário mínimo regional. Se for aprovado, o piso regional passa R$ 1 443,94 para R$ 1 573,89. A reportagem conversou com os representantes do Sindicato do Comércio Varejista, Sindilojas, e da Associação Comercial e Industrial de Bagé, a Aciba. O presidente da Aciba, Eduardo Soares, observou que o percentual está bastante acima da inflação, como definiu. "Isso, normalmente, não é algo tão salutar para quem emprega. Ou seja, para os empreendedores, isso gera um impacto financeiro com certeza", argumentou. 

 

Soares lembrou que as classes que normalmente são atendidas pelo salário mínimo regional são a das empregadas domésticas e também das áreas de Saúde, sobretudo aqueles profissionais que atendem o público em espaços como clínicas. "Esse número não é tão expressivo, sabendo que a grande maioria dos empregados têm sindicatos e seus acordos coletivos", ponderou. A fala é referente a pergunta sobre se há impacto positivo, uma vez que, com o reajuste, o trabalhador ganha maior poder de compra, o que impacta o comércio. 

 

"Sabemos que todo o aumento, de alguma forma, vai para prioridades, como pagamento de dívidas, e depois para o ramo da alimentação e saúde, de uma forma geral", sustentou. "São os gastos que as pessoas utilizam prioritariamente. Então, acredito não ser um impacto tão relevante com relação a movimentação na economia, sabendo que a quantidade de pessoas impactadas não é, no nosso entendimento, um número tão alto", ponderou. Já o presidente do Sindilojas, Nerildo Lacerda, considerou a proposta do governo de reajuste "absurda". Ele argumentou: "Só vai dificultar as negociações dos sindicatos organizados". 

 

A fala faz referência ao fato de que o reajuste do mínimo regional impacta diretamente nos acordos coletivos das variadas categorias organizadas. "Porque o salário regional serve tão somente para aquelas classes não organizadas, que existiam antigamente, como os porteiros, as domésticas e uma série de outras profissões. Fora isso, esse salário regional não serve para nada. Só serve para dificultar as negociações entre os sindicatos organizados", sustentou. "Aqueles sindicatos que ficarem com valores abaixo do regional certamente terão dificuldade em suas negociações porque terão que optar pelo salário regional", completou.  

 

Lacerda lembrou que as categorias já têm valores superiores ao salário regional. "Ele (o piso regional) teve a sua necessidade há muitos anos, quando foi criado, e logo em seguida - durante o mesmo governo que foi criado -, deixou de ter necessidade. Deveria ter sido eliminado e nunca foi", manifestou. Para o presidente do Sindilojas, o salário regional representa um atraso por parte do Estado. "Demanda tempo para os deputados ficarem discutindo e etc. e tal podendo estarem pensando em outras coisas que pudessem ser melhores para o nosso Estado", opinou. Por fim, Lacerda garantiu que esse aumento não trará nenhum benefício. 


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