No início da tarde de ontem, o vereador Lélio Lopes (PT) passou informação para a redação com foto sobre uma reunião no Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb). Participaram o diretor da autarquia, Franco Alves, e os vereadores Lelinho, Flávius Dajulia (PT) e Beatriz Souza (PSB).

Lelinho garantiu que os vereadores ouviram do diretor que está sendo estudada a viabilidade econômica do Daeb. Segundo ele, nessa conversa, os vereadores trataram sobre a minuta, que consta a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e menciona a possibilidade de privatização da autarquia.

Os vereadores argumentaram que qualquer assunto relacionado a desestatização do Daeb significaria numa piora significativa dos serviços de saneamento básico. "Nós vimos o que aconteceu com a energia, após a venda da CEEE-D. Os serviços pioraram muito depois que a empresa compradora assumiu", afirmou Lelinho.

Dajulia acrescentou que, se privatizado, a taxa de desemprego aumentaria na cidade. "Nós sabemos o que este projeto entreguista faz com os trabalhadores: demite muitos funcionários", disse. Beatriz mencionou que a autarquia gera lucros para o município. "Nada justifica abrir mão de algo que gera lucros", comentou. 

Nessa reunião, Franco não manifestou seu posicionamento. "Não sou a favor, nem sou contra", manifestou. Lelinho disse que o assunto já foi tema de discussão em audiência pública realizada no dia 16 de setembro de 2021.

"Sensacionalismo"

A reportagem entrou em contato com Franco Alves. "Isso não passa de sensacionalismo por vereadores de oposição. O que eles perguntaram é se eu era a favor ou contra a venda, e eu não disse nem sim nem não", enfatizou. Ao ser questionado se alguma empresa fez proposta para assumir a autarquia, Alves respondeu que não. "Eu expliquei para os vereadores que não temos nenhuma Proposta de Manifestação de Interesse ( PMI), que é onde as empresas precisam apresentar todas as propostas e isso não existe em relação ao Daeb", assegurou.