Das 21 regiões covid-19, a de Bagé é uma das que menos está atrasada na aplicação de segundas doses para pessoas com mais de 5 anos. Também na aplicação da dose de reforço, considerando maiores de 18 anos. Porém, o coordenador da Vigilância em Saúde de Bagé, que é a principal cidade da região, Geraldo Gomes, admitiu que os pais ou responsáveis não estão retornando com os filhos para que eles recebam a segunda dose da vacina contra a covid-19.

"Hoje, cerca de 35% do público alvo das crianças não retornou para fazer a segunda dose", informou. Para ele, a mudança de local da vacinação das crianças - do Clube Comercial para o posto Camillo Gomes - não foi um fator determinante para isso, até porque a unidade atende apenas crianças e também está localizada na região central. Ele ainda comentou que o Ministério da Saúde autorizou a aplicação da terceira dose nos adolescentes. Vale mencionar, contudo, que Bagé não está aplicando o reforço nesses jovens porque o Estado ainda não remeteu as doses necessárias para esse público.

Sobre a demanda pelos reforços, ele garantiu que há procura, mas que muitas pessoas, com a redução de casos e com a desobrigação do uso de máscaras, abaixaram a guarda e optaram por nem voltar para seguir com a imunização contra a doença. Muitos até passaram a pensar que não era necessário mais se vacinar. Gomes, porém, enfatizou que isso foi um erro e que agora muitas pessoas têm procurado pela equipe, que segue mobilizada no Clube Comercial, justamente porque se assustaram com a elevação no número de casos.

O coordenador lembrou que, possivelmente, a vacinação vai seguir por muito tempo e que é errado pensar que apenas uma ou duas doses são suficientes. Gomes ponderou que há vários especialistas que afirmam a necessidade do reforço e que se já está sendo aplicada a quarta dose é evidente que a terceira e as anteriores são necessárias. E também falou sobre o uso de máscaras. "Não é feio usar máscara", sustentou, ao ponderar que a covid-19 veio para ficar e que, possivelmente, será como a influenza, no futuro, que requer vacinação anualmente para proteção. Inclusive, mencionou que outras cepas do vírus tem surgido, o que reforça a necessidade da imunização.

A tabela do Estado

A tabela divulgada pelo governo do Estado mostra o percentual de pessoas com mais de cinco anos de idade que tomaram a primeira dose e que poderiam tomar a segunda dose, mas não tomaram

(8% na região de Bagé), e o percentual de pessoas com mais de 18 anos que já tomaram a segunda dose, mas que ainda não completaram o esquema vacinal, com a dose de reforço (32,7% na região de Bagé). Nesta tabela, a região de Bagé ocupa a décima quinta colocação dentre as 21.