A violência contra crianças e adolescentes não dá trégua em Bagé. São vários os registros de abusos e agressões cometidos dentro da própria casa dos menores. A reportagem conversou com a vice-coordenadora do Conselho Tutelar, Claudete Brasil, sobre essa situação na Rainha da Fronteira. Segundo ela, houve um aumento de 15% dos atendimentos realizados pelo Conselho Tutelar. Claudete disse que, a cada dia, as demandas estão numa crescente - tanto casos de violência doméstica quanto em relação aos abusos.

Na segunda-feira, o Conselho Tutelar tomou conhecimento, através de um vídeo que foi postado nas redes sociais, que uma mãe estava agredindo as duas filhas - uma com 10 e outra com 5 anos. A mulher usou um cabo de vassoura, e ainda obrigava as crianças a colocarem a roupa no varal. "De posse dessas imagens, chamamos a Brigada Militar e fomos até a casa da mulher, que mora no bairro União. Conversamos com a mãe e registramos um boletim de ocorrência na Polícia Civil”, relatou a conselheira.

Claudete garantiu que os conselheiros tutelares orientam os pais e adolescentes em relação ao consumo de bebida alcoólica. O alerta é para que os pais controlem os horários dos filhos. Segundo ela, estão ocorrendo muitos tumultos e brigas

Claudete relatou que, no período de férias, o Conselho Tutelar recebe várias denúncias de abuso, violência psicológica e agressão física contra menores, e a grande maioria é praticada por familiares. "Toda semana chega casos novos, infelizmente esse tipo de crime está crescendo”, pontuou.

Sobre o início do ano letivo, a conselheira comentou que as escolas são parceiras do Conselho Tutelar, pois as instituições de ensino expõem casos de abuso contra menores. “Acreditamos que, durante a pandemia, muitos casos deixaram de chegar ao Conselho Tutelar porque as escolas não estavam funcionando de forma presencial. Por isso, as escolas são importantes”, frisou.

Perguntada quais as ações que serão feitas durante o carnaval, Claudete informou que não terá nenhuma ação específica, mas o plantão do Conselho Tutelar estará funcionando. Ela enfatizou que a Brigada Militar faz o trabalho de fiscalização em bares, já que o conselho não é um órgão fiscalizador. “Quando chega alguma denúncia, trabalhamos muito com orientações, porque todos têm o direito de ir e vir e, se os pais deixam os menores saírem, a responsabilidade é deles. Nós não temos autonomia para fazer ações de fiscalização, somos um órgão protetor e não fiscalizador”, disse.