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Novo reitor assume a portas e gavetas fechadas

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Gestor assumiu comando da instituição nesta quinta-feira

Na manhã dessa quinta-feira, iniciou oficialmente a nova gestão do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp). Depois de um pós-pleito marcado por polêmicas, nesse primeiro de dezembro, assumiram a reitoria da instituição de ensino os professores Antônio Evanhoé Pereira de Souza Sobrinho (reitor) e Guilherme Cassão Marques Bragança (vice-reitor).

O ato foi interno e, no dia 13 de dezembro, com local ainda a ser definido, acontecerá a posse festiva (que não será custeada com recursos da Urcamp, conforme garantiu o novo reitor). No dia 13, também serão anunciados e empossados pró-reitores e coordenadores de cursos.

Sobrinho, que é coordenador do curso de Educação Física, irá comandar a Urcamp pelos próximos quatro anos. Ele está há 13 anos na instituição. É mestre em Desporto para Crianças e Jovens, pela Universidade do Porto, de Portugal, e doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Pelotas.

Lia apresentou dependências

A reunião que culminou com a posse dos novos gestores começou às 10h e foi a portas fechadas. O jornal Folha do Sul, inclusive, foi impedido de entrar, sendo permitido somente ao veículo que pertence à instituição - o jornal Minuano. A agora ex-reitora Lia Quintana, após a posse, mostrou as dependências para o reitor e vice-reitor. No saguão, um grupo de apoiadores dos dois aguardaram e, por volta das 11h20min, foi liberado o acesso dessas pessoas, que, no início, aplaudiram, e depois gritaram: "A reitoria é nossa".

Logo após a cerimônia, os novos gestores receberam a reportagem do jornal Folha do Sul para uma entrevista. Eles falaram sobre a atual situação financeira da instituição, perspectiva de pagamento de salários, dívidas, entre outros temas.

Entrevista

Confira as respostas dadas por Antônio Evanhoé Pereira de Souza Sobrinho, novo reitor empossado da Urcamp.

FS - O que esperar dessa nova gestão?

Antônio - Hoje a gente assume a Urcamp com um papel e uma responsabilidade muito grande. Nós vamos trabalhar principalmente com muita transparência e honestidade. Uma gestão compartilhada com os colegas que vão fazer parte da gestão conosco, pró-reitores, assessores, coordenadores, professores, aqui de Bagé e das (instituições) mantidas pela FAT. A gente ainda vai ter a posse dos conselheiros da FAT no dia 12 de dezembro e a partir disso a gente começa de fato a nossa gestão.

FS - Quais serão as primeiras medidas adotadas?

Antônio - Em função de não ter havido uma transição, a gente precisa agora sentar e conhecer toda a estrutura. Não nos foi permitida a entrada para que a gente conhecesse durante o processo, para que a gente pudesse fazer um processo de transição inteligente.

FS - A nova gestão, então, não tem uma radiografia da situação da Urcamp?

Antônio - A partir de hoje que se começa. A gente teve alguns colegas que conseguiram conversar com algumas pessoas dos setores. Outros colegas tiveram alguns problemas muito sérios, que vão ser resolvidos na Justiça, inclusive, com relação a transição. Mas é a partir de hoje que a gente começa a conhecer o nosso espaço.

FS - Qual é a situação financeira atual da Urcamp?

Antônio - Nem isso eu posso te dizer. O que a gente sabe, que nos foi colocado agora na reunião da posse, é que nós temos matriculados 650 alunos. E nós contamos com aqueles que trancaram os cursos, que são de Bagé e querem estudar em uma instituição de qualidade. Que nos procurem, que venham conversar conosco. Agora vai ser feita uma verdadeira renovação. Nós estamos estudando possibilidades de cursos, a presencialidade, aumentar a questão da presencialidade. Nós estamos estudando muitas coisas a partir de hoje.

FS - As informações são de que na quarta-feira foi pago o 13º dos funcionários. Mas, dezembro já começou. É possível pagar o salário?

Antônio - Informações extraoficiais dizem que sim. Só vou poder dar essa resposta depois de sentar com o financeiro e conversar. A princípio, sim. O que nos foi passado é que há caixa para o pagamento do salário. Todas essas perguntas que tu vais fazer, provavelmente a gente vai trabalhar com suposições, por que a gente não conhece. Não nos foi permitido que a gente entrasse aqui para conhecer.

FS - A Urcamp tem alguns cursos com poucos alunos. O senhor pretende manter esses cursos?

Antônio - Sim. Todos os cursos são importantes. Até porque esses cursos que têm poucos alunos podem ser trabalhados de uma outra forma. A gente pode angariar mais alunos, a gente pode buscar estratégias de captação de alunos. Então, a ideia agora é que a gente consiga entender a Urcamp.

FS - O prédio do Museu Dom Diogo de Sousa pertence a Sociedade de Beneficência Portuguesa e é alugado pela Urcamp. Há informações de que existem dívidas referentes ao aluguel deste espaço. O senhor conhece essa dívida do Museu?

Antônio - Sim. Já recebi uma ligação. Nós vamos sentar tão logo seja possível com o presidente (Luís Nei Vinhas). Ele já me colocou a par da situação. Inclusive, ele está trazendo estratégias para que a gente consiga pagar, para que se torne viável esse apagamento.

FS - Outra instituição mantida pela Urcamp é a Casa da Menina. Seguirá sendo mantida pela Urcamp?

Antônio - Sim. Tudo que é mantido pela Urcamp agora seguirá. A Casa da Menina vai ter uma nova coordenadora, uma pessoa muito competente, que eu tenho certeza que vai trabalhar muito bem lá dentro.

FS - Qual a sua intenção de gestão para o Hospital Universitário? Os convênios com o município serão mantidos?

Antônio - A nossa ideia é que tudo seja mantido. Tudo que for bom para a instituição, para crescimento, para que a gente consiga fazer uma gestão de forma inteligente, vai ser mantido. Nós não sabemos a real situação, a verdade é essa. A partir de hoje nós vamos ter acesso.

FS - O jornal Minuano é um jornal-laboratório do curso de Jornalismo. Há decisões judiciais de que ele não pode vender assinaturas, publicidade. Qual a sua posição sobre isso?

Antônio - Nesse momento eu ainda vou me apropriar, apesar de já conhecer a situação. A gente vai se apropriar junto com o jurídico de todas as situações legais, não só do Minuano, mas da Urcamp inteira, para que eu possa falar com alguma certeza.

FS - A FAT será um órgão fiscalizador da Urcamp, com um presidente?

Antônio - A FAT tem um vice-presidente, que agora assume a cadeira de presidente até o dia 31 de dezembro. No dia 12 de dezembro vai haver a eleição do novo presidente e se espera que a gente consiga compor da melhor maneira para alavancar essa instituição, sem ter contrariedade de gestão por desavenças. A população sabe o que a gente vem enfrentando na Justiça. Ganhamos sete processos para a nossa posse.

FS - O que o senhor gostaria de dizer para os funcionários e professores que votaram e não votaram na chapa 1?

Antônio - Eu acredito muito na democracia. Desde a eleição não existe quem votou no Antônio e no Guilherme e quem não votou. O que existe hoje é uma comunidade de trabalho que vai ser tratada com todo o respeito que merece, com o carinho que merece. Vai ser cobrada com toda a educação que merece também, porque todos nós somos funcionários da Urcamp também. Eu estou entrando em um cargo hoje, que é um cargo de quatro anos, podendo ser renovado. Eu sempre trabalhei na Urcamp de portas abertas. Os funcionários, quando eu estava coordenador do curso de Educação Física, sempre tiveram acesso. Então isso vai continuar. O maior respeito e carinho por todos da instituição. Inclusive com os órgãos da imprensa.


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