Nilce dos Santos, de 70 anos, já havia colocado uma pequena imagem em madeira de Nossa Senhora Aparecida onde, antes, havia uma de gesso de Nossa Senhora das Graças, na Praça da Estação. Isso no final do mês. 

Agora, a árvore que parece uma gruta natural também ganhou uma imagem maior da santinha, mas também em madeira. Ocorre que, após uma série de vandalismos, Nilce havia desistido de insistir em manter uma santinha por lá, mas decidiu mudar de ideia quando percebeu que a árvore - dada como morta - havia brotado.

A imagem e a árvore, que lembra uma gruta, foram alvos de vandalismo diversas vezes: a santinha teve a cabeça arrancada e, mais recentemente, foi ateado fogo na árvore. Ocorre que mesmo após esse ato, a santinha permaneceu intacta, mas, depois, foi totalmente quebrada. Nilce limpou e reorganizou o local, tal qual fez em todas as vezes anteriores. 

É importante recordar que Nilce levou a primeira imagem até o local como uma forma de agradecer o fato de que a filha venceu a covid-19. Ela escolheu a árvore da Praça da Estação porque, durante seus exercícios, sempre olhava para o tronco e pensava o quão parecido era com um espaço próprio para isso, porém totalmente natural. 

Sua atitude foi definida por muitos leitores do Folha do Sul como a mais pura demonstração de fé, um símbolo em meio a um período tão difícil pelo qual toda a humanidade passou, a pandemia de coronavírus. Nilce chegou a admitir que ficou desanimada com a notícia da possibilidade da árvore ser retirada do local. Isso foi mencionado pelo setor de arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Proteção ao Bioma Pampa, em reportagem. 

No final do mês de outubro, o Folha conversou com o secretário do Meio Ambiente, Antenor Teixeira, e ele afirmou que a pasta está "estudando uma nova maneira - ali não, tem que tirar aquela árvore -, de fazer um local para a santinha". Porém, ressalvou que isso não depende apenas da secretaria do Meio Ambiente. 

Contudo, nesse feriado, Nilce mencionou que tem esperança que, agora, os vândalos deixem o espaço em paz. "Já que a árvore viveu", mencionou, ao fazer referência a uma afirmação anterior, que demonstra total resiliência: "Enquanto ela (a santinha) estiver lá (na árvore), eu arrumo".