Famílias que moram na estrada da Arvorezinha, passando o local onde está sendo construída a nova barragem, estão com sérios problemas decorrentes das fortes chuvas. Segundo relato de moradores para a reportagem do jornal Folha do Sul, aproximadamente 15 famílias estão ilhadas e não podem sair de suas casas e vir para o centro da cidade, ou até mesmo mandar as crianças para a escola.

O produtor rural Valnei Freitas dos Santos, morador na localidade conhecida como Picada do Alonso, relatou que os moradores estão ilhados porque o volume de água da chuva passou por cima de uma ponte de acesso a Bagé e isso impede o trânsito daqueles moradores.

Freitas destacou que esse problema não é de agora, porque sempre que chove muito os moradores ficam sem acesso a cidade, e que a única maneira seria passar por dentro da estrada velha da barragem Emergencial. Segundo Freitas, é a única passagem, mas, agora, com a obra da barragem da Arvorezinha, o local está fechado porque o Exército bloqueou a passada.

"Nós não estamos conseguindo sair. Estamos ilhados e ainda para completar, aqui na Picada do Alonso, estamos há três dias sem energia elétrica. Já estamos perdendo alimentos da geladeira", afirmou.

Edison Ferrer disse para a reportagem que a sua família tem propriedade há, aproximadamente, 80 anos, na localidade do Passo do Acampamento, e que toda vez que chove os moradores não têm por onde sair. "Sempre que chove em abundância, a água passa por cima da ponte. Nossa saída era sempre a estrada velha da barragem Emergencial, mas, agora, a ponte está trancada pelo Exército. Isso precisa ser revolvido porque, em caso de uma emergência, se tivermos que levar alguém para o hospital, essa pessoa vai acabar morrendo, porque não temos estrada para andar", manifestou.

Contraponto
A reportagem entrou em contato com o secretário-geral de governo, Geraldo Leal Gomes, que explicou que, na quinta-feira, foi até o local e constatou que realmente os moradores estão ilhados. Gomes ponderou que, hoje, a estrada de acesso ao centro de Bagé está dentro do canteiro de obras do Exército e que, futuramente, vai ser construída uma nova ponte, em um outro local. Mas explicou que, hoje, a estrada é de domínio militar, e só está sendo liberado passagens de ambulâncias e caminhões da CEEE Equatorial.