Outubro é considerado o mês rosa de prevenção contra o câncer de mama. A doença, que envolve diversos fatores de risco, tem a sua maior incidência na região Sul do país, colocando em alerta as gaúchas.

Conforme o radioterapeuta Dionísio Becker, a incidência da doença nesta região sempre esteve entre as mais altas do País. E diversos fatores podem estar relacionados a isso, entre eles, a alimentação. "Por serem regiões mais desenvolvidas, pode estar relacionados com hábitos de alimentação", afirmou.

De acordo com a explicação do médico, existem três grupos distintos de fatores de risco para a doença. O primeiro são os fatores ambientais e comportamentais. É justamente aí que entram os hábitos alimentares. Sobrepeso, obesidade, falta de exercícios físicos, consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, além da exposição à radiação ionizante aparecem nesta lista.

O segundo grupo é relacionado ao histórico reprodutivo e hormonal da paciente. "Menarca (primeira menstruação) muito precoce, antes dos 12 anos; e a menopausa após os 55 anos; não ter amamentado. O uso de hormônios em reposição hormonal tem que ser visto com muito cuidado", apontou Becker.

O terceiro grupo envolve o histórico familiar de doenças como câncer de ovário, câncer de mama antes dos 50 anos e histórico familiar de câncer de mama em homens, mesmo com a baixa incidência.

"A mulher com um ou mais fatores de risco é considerado de nível elevado", alertou o médico. Por isso, os exames regulares são fundamentais para a detecção da doença, que conta com tratamentos cada vez apurados.

Dados

Com relação ao câncer de mama, para 2021 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres (INCA, 2019). A taxa de mortalidade no Rio Grande do Sul tem uma taxa estimada de 18,49 casos para cada 100 mil mulheres (INCA, 2021).

O câncer de mama é uma doença rara em mulheres jovens e sua incidência começa a ser mais expressiva a partir dos 40 anos. A maior parte dos casos ocorre a partir dos 50 anos. Homens também desenvolvem câncer de mama, mas estima-se que a incidência nesse grupo represente apenas 1% de todos os casos da doença.