O Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) registrou, até agora, um acumulado de 200 milímetros de precipitação. Esse é, na verdade, o acumulado do mês de abril e supera a média histórica do período, que é de 97,5 milímetros. Apenas nesta noite e até as 8h40min, choveu 65,5 milímetros na Estação de Tratamento de Água; 76,6 milímetros no Piray; 70 milímetros na Sanga Rasa; e 80 milímetros na Emergencial. "Informamos que somente amanhã, após as chuvas, é que haverá medição dos níveis das barragens, pois aí o Daeb conseguirá avaliar melhor o impacto da precipitação nelas, que deve ser bem animador".

A Sanga Rasa, principal reservatório da cidade, ontem, apresentava um déficit hídrico de 5,2 metros. Já a Piray estava 2,3 metros aquém de sua capacidade total. A Emergencial estava cheia. Vale mencionar que, há uma semana, o déficit hídrico da Sanga Rasa era de quase seis metros, enquanto a Piray estava 3,3 metros aquém e a Emergencial 0,6 metro abaixo do nível máximo - níveis considerados preocupantes pela autarquia naquele momento. Apesar de apresentar sinais de recuperação após novas chuvas, o Daeb ainda não definiu nada em relação ao racionamento, que atualmente é de 12 horas. Por meio da assessoria de comunicação, a autarquia informou que uma avaliação só será feita na próxima semana. Há previsão de bastante chuva pelo menos até o início da semana que vem.

Para ter um comparativo da situação dos reservatórios, é importante lembrar que, quando a cidade entrou em racionamento de 12 horas, em fevereiro, a Sanga Rasa estava 4,3 metros abaixo do normal. Ou seja, mais cheia do que está agora após mais de 100 milímetros de precipitação. Vale mencionar que, desde janeiro, os bageenses enfrentam horas sem água: foi em tal mês que, de forma preventiva, o Daeb começou o racionamento de seis horas. O racionamento preventivo teve início quando a Sanga Rasa estava a três metros abaixo do normal e a barragem do Piraí a 2,15 metros aquém da normalidade.

A falta de chuvas expressivas era bem anterior a tudo isso. Desde outubro do ano passado, Bagé apresentava chuvas escassas. O único mês, antes deste abril, que foi registrada uma precipitação um pouco acima da média foi em fevereiro, quando choveu 97,2 milímetros (a média histórica para tal período é de 112 milímetros). Antes das novas chuvas, o Daeb não descartava aumentar o racionamento. Por enquanto, antes da avaliação já programada para a semana que vem, segue tudo como está. Atualmente, o que vale é o rodízio de fornecimento de água: são 12 horas de abastecimento, e a cidade é dividida em dois setores.

Para relembrar, o setor 1 é abastecido das 3h às 15h (Centro, Madezatti, São Martins, Vila Brum, Arvorezinha, Vila Damé, Camilo Gomes, Parque Silveira Martins, Hidráulica, Popular, Narciso Suñe, Tarumã, Tupã, Stand, Vila Militar, Vila Brasil, Alcides Almeida, Mingote Paiva, Santa Cecília, Menino Deus, Floresta, Santa Carmem, Ibajé, Vila Gaúcha, Mascarenhas e arredores) e o 2 das 15h às 3h (Getúlio Vargas, Loteamento São Pedro, Jardim do Castelo, São Bernardo, Santa Tecla, Loteamento Severo, Malafaia, Daer, Ivo Ferronato, Castro Alves, Dois Irmãos, Estrela Dalva, Ivone, Dolores, Vila Goulart, Passo das Pedras, Tiarajú, Arco, São Judas, Vila Ipiranga, Santa Tereza, Pedra Branca, Bairro Bonito, Vila dos Anjos, Santa Flora, Habitar Brasil, Morgado Rosa, Dona França, Loteamento Prado Velho, Adão Pedra, Loteamento do Parque, Industrial I, Balança e arredores).