O secretário-geral de Governo, Geraldo Gomes, confirmou à reportagem que a Vigilância em Saúde já aplicou o fumacê no entorno da residência da pessoa que testou positivo para a dengue. Trata-se do segundo caso de dengue em Bagé neste ano. Tal qual o primeiro caso, esse é importado, ou seja, a contaminação não ocorreu na Rainha da Fronteira.

Conforme divulgação da Comunicação da Prefeitura, trata-se de um homem que estava fazendo um curso em Santa Maria, e que, por lá, testou positivo para a doença. A confirmação do laboratório foi divulgada na quinta-feira. Gomes explicou que, como essa pessoa já havia feito um teste de farmácia, que foi positivo, a equipe se antecipou e aplicou o fumacê, a fim de eliminar os mosquitos adultos.

"A aplicação foi feita sim naquele local, quando tivemos o caso suspeito. O caso já tinha realizado um exame de farmácia, veio do outro município com o exame positivo. Nesses casos, a gente não pode ficar aguardando, por muito tempo, pelo resultado do governo do Estado (do laboratório, o Lacen). Então a gente antecipa", esclareceu.

Decisão acertada
“A gente faz a delimitação da área, faz o PDE (Pesquisa Vetorial Especial), e já antecipamos a aplicação do fumacê, porque a probabilidade de vir um resultado positivo é quase 100% (nesse caso em que já havia sido feito um outro exame)", completou. O PVE, vale esclarecer, é um trabalho realizado em um raio de 150 metros do imóvel onde reside a pessoa positivada para a dengue. "A gente não pode perder tempo nesses casos. Cada minuto é precioso nas ações da vigilância sanitária", enfatizou.

Gomes ainda mencionou o quão acertada foi a decisão de antecipar a aplicação do fumacê, diante das condições climáticas. "Foi importante o trabalho que fizemos, antecipando a aplicação do fumacê, até porque, com as chuvas, agora, não poderíamos aplicar", ponderou. "Essas estratégias que estamos usando é o que vem fazendo a gente obter êxito em nossas ações", complementou.

Gomes, que já foi coordenador da Vigilância em Saúde e secretário de Saúde (inclusive no auge da pandemia de covid-19, fez um apelo aos bageenses: "É importante salientar que a população evite jogar lixo em lugares inapropriados, como beiras de estrada, terrenos baldios, arroios, costas de arroios, principalmente agora, com essas chuvas, porque isso junta água, acumula água. E o ambiente favorável para a proliferação do mosquito é a água limpa". O secretário-geral ainda anunciou que a ideia é organizar, para a próxima semana, um mutirão entre as secretarias para uma limpeza nos locais mais críticos, "onde a população torna a jogar lixo".

Entenda
Bagé já tinha um caso confirmado da doença - no dia 14 de abril, foi informado que um bageense, morador do bairro Mascarenhas, positivou para a dengue, mas o contágio não ocorreu em Bagé e sim em Santa Maria. Já o caso confirmado nessa quinta-feira é de um morador do bairro Getúlio Vargas e não tem ligação com o anterior, porém o contágio também ocorreu em Santa Maria. Tais informações também foram repassadas à reportagem por Gomes.

A Comunicação da Prefeitura, na quinta, informou que o paciente, cuja confirmação da dengue ocorreu nesta semana, está em resguardo, "cumprindo todas as orientações, entre elas boa hidratação e repouso". Também garantiu que "todos os familiares estão sendo monitorados e ninguém apresenta sintomas".

O procedimento
Gomes já havia explicado ao Folha que o fumacê mata apenas o mosquito em sua fase adulta. Ou seja, não elimina as larvas do aedes aegypti. Por isso, a primeira etapa é a eliminação delas. Também ocorre um trabalho de conscientização sobre a situação. E, um dia antes da aplicação do fumacê, os agentes comunicam à população (não há risco para humanos e animais de estimação).

“A gente aplica o fumacê num raio de 300 metros onde tem esse mosquito vivo, porque é aí que ele tem o risco de picar (a pessoa doente) e transmitir a dengue", detalhou, quando confirmou o segundo caso suspeito, agora confirmado. Vale mencionar que não há, neste momento, novos casos suspeitos.