Francisco Botelho já foi patrono da Feira do Livro e é um escritor premiadíssimo (foi, inclusive, vencedor do prêmio Açorianos de 2019, com Cavalos de Cronos, escolhido como o livro do ano). Na edição 2021 da mostra bageense, ele lança e autografa Odisseia da filosofia. Isso no domingo, a partir das 16h, no estande institucional. 

O autor explicou que a obra apresenta uma breve história do pensamento ocidental. "É um livro que, na verdade, está na segunda edição. A primeira edição foi pela editora Abril; essa segunda é pela Maquinaria, de São Paulo. E é uma edição ampliada, então, mesmo quem já leu o livro, deve ler de novo porque a segunda edição é maior, tem um capítulo que eu escrevi durante a pandemia", sugeriu.

Tal capítulo, segundo detalhou, é o último, onde constam algumas reflexões sobre a pandemia. "Mas não só sobre a pandemia, mas sobre a nossa época, sobre o tempo que a gente vive e de que maneira o estudo da Filosofia pode, talvez, nos ajudar a lidar com o contexto em que a gente existe hoje", sustentou. 

Chico Botelho admitiu que se trata de um livro do qual tem muito orgulho. "Porque eu sei que é um livro, é um projeto de livro muito difícil de se encontrar, que temporalmente vai desde lá os primórdios da Filosofia até o século 22. Então, é um tipo raro de livro e eu gostei do resultado, embora eu tenha escrito em pouco tempo - eu escrevi esse livro em seis meses, eu acho, no máximo", justificou.  

A obra, vale mencionar, já foi lançada na Feira do Livro de Porto Alegre e, nesta semana, ganhou uma resenha assinada por Clóvis de Barros Filho, da Zero Hora. Chico Botelho comentou que a Feira do Livro de Bagé será seu segundo evento literário desde que a pandemia começou. Uma curiosidade é que o lançamento de Odisseia da Filosofia ocorrerá junto aos do autor Rodrigo Tavares. "Eu pedi pra fazer esse lançamento junto com o Rodrigo Tavares, que é muito meu amigo, exatamente pra gente fazer alguma coisa juntos, porque faz muito tempo que a gente não faz, que nós, escritores não fazemos eventos", argumentou.

Questionado justamente sobre essa retomada, Botelho defendeu que o trabalho do escritor, em geral, é solitário. "A gente fica muito tempo com os papéis ou com o computador", contextualizou, ao sustentar que é justamente por isso que um autor anseia sempre por esse tipo de oportunidade. "A gente sempre tem essa ansiedade de fazer algum evento presencial, encontrar as pessoas, falar sobre livros. E acaba sendo uma parte muito crucial mesmo do trabalho do escritor esse encontro, porque é uma coisa que a gente fica esperando e que no dia a dia não acontece. No dia a dia, a gente fica sozinho escrevendo", mencionou.

Assim, Botelho definiu que literatura é algo que se faz na solidão, porém, como recompensa, há o encontro com o público, com os amigos escritores. "Por isso, eu espero que as pessoas apareçam no domingo para pegar o meu livro lá", brincou, ao convidar os bageenses para a mostra, que, vale mencionar, também terá lançamentos neste sábado, como o do jovem Renan Milano Carvalho, de apenas 19 anos. Isso às 17h, com sessão de autógrafos. Antes, às 15h, ainda tem o lançamento de Caminho de Casa, de Simone Karam. E, às 18h, Elida Garcia e Cláudio Lemieszek lançam Primazias de Bagé.