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Chapa derrotada apela para o tapetão

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Impasse irá parar na justiça

A decisão dos membros do Conselho Diretor da Fundação Attila Taborda (FAT), que reverteu o resultado da eleição do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), caiu como uma bomba, principalmente para os alunos.

O resultado desconsiderou a vitória da chapa 1 - dos professores Antônio Evanhoé Ferreira de Souza Sobrinho (reitor) e Guilherme Cassão Marques Bragança (vice-reitor). Por 10 votos a três, os conselheiros acataram o recurso da chapa 2, da atual reitora, Lia Quintana - dessa forma, concedendo para ela o quarto mandato consecutivo à frente da Urcamp.

A chapa de Lia pediu revisão da fórmula de cálculos da votação, diminuindo a importância dos votos dos alunos, onde ela perdeu por ampla vantagem.

A eleição aconteceu no 1º de setembro no dia 5 foi aclamada pela comissão eleitoral como vencedora a chapa 1. Conforme o artigo 53 do estatuto da Urcamp, a Comissão Eleitoral Central "totalizará os resultados e proclamará a nominata vencedora" e foi assim que procedeu o colegiado, conforme determina o estatuto.

O que diz a comissão

O artigo 45 do estatuto da Urcamp diz que compete ao conselho superior da instituição nomear o presidente da Comissão Eleitoral Central. A professora Lourdes Helena Martins foi quem presidiu o colegiado.

Ontem, a reportagem conversou com ela sobre essa decisão do conselho diretor da FAT. De forma sucinta, a professora disse que a comissão, na sua atuação, pela observância das regras estruturais, entende que o correto era seguir o regramento dos artigos 38 a 43 do estatuto da Urcamp. "A comissão apenas zelou pela legalidade, considerando os votos brancos e nulos e desconsideramos a abstenção. O resultado só poderia ser o que proclamamos no dia 5", afirmou a educadora.

Lourdes contou que a comissão eleitoral não teve acesso a ata e nem aos debates que aconteceram na reunião dos conselheiros da FAT.

Posição dos alunos

O estudante do curso de Direito, Rodrigo Collares, disse que alguns alunos ficaram insatisfeitos após o conselho da FAT reverter o resultado da eleição e conceder vitória para a atual reitora. Ele argumentou que o conselho da FAT não é um órgão competente para julgar esse recurso. "Vamos realizar protesto para mostrar nosso descontentamento. Afinal, foram 857 alunos que votaram e o nosso voto tem peso de apenas 10%", falou.

Collares comentou que alguns alunos, de forma individual, irão ingressar na justiça para tentar mudar o resultado da eleição da Urcamp.

A redação, ao longo do dia, recebeu manifestações por parte de alunos sobre o caso. "O Conselho da FAT (Fundação Attila Taborda) não tem gerência sobre a eleição. Essa manobra é, portanto, ilegal. Professores, funcionários e alunos se encontram indignados e aflitos diante desse atentado à democracia, visto que a chapa 1 ganhou justamente pela maioria dos votos (principalmente pela parte dos alunos, mesmo que o peso do voto do aluno seja muito menor)", disse uma das acadêmicas, que fez contato com o Folha do Sul.

Manifestação dos eleitos

Por volta das 15h30min, os apontados pela Comissão Eleitoral Central como os vencedores da eleição da Urcamp, professores Antônio Evanhoé Ferreira de Souza Sobrinho (reitor) e Guilherme Cassão Marques Bragança (vice-reitor) concederam entrevista na redação do Folha do Sul.

Sobrinho contou que, na semana passada, os membros da chapa 1 receberam convite para estarem presentes nessa reunião do conselho da FAT - com a informação de que os conselheiros haviam recebido um recurso da chapa 2, tentando reverter o resultado da eleição em favor de Lia Quintana.

O reitor eleito falou que, mesmo sabendo do teor dessa reunião, os integrantes da chapa vencedora estavam esperançosos com os conselheiros - pois, segundo ele, foram feitos muitos contatos, entre os quais com a procuradoria das fundações, que relatou não ser competência do conselho fazer julgamento desse recurso.

Sobrinho informou que, logo após perder a eleição, a chapa de Lia já havia entrado com recurso na Comissão Eleitoral Central para reverter o resultado e o colegiado indeferiu o pedido.

Os eleitos falaram sobre o papel da Comissão Eleitoral Central. Sobrinho lembrou que o colegiado vem atuando nas eleições da Urcamp desde 2010 - e que, portanto, atuou em todas as eleições onde Lia Quintana participou, sempre com a mesma fórmula de cálculo e competência e com o mesmo cuidado em realizar eleições justas e limpas. "A Urcamp é uma instituição que tem como principal fim o ensino e os alunos estão descontentes pelo voto deles ter sido rebaixado", pontuou.

Na justiça

O advogado da chapa 1, Luís Alberto Gonçalves, disse que irá ingressar na justiça para pedir a anulação da decisão do conselho da FAT e que seja confirmada a decisão da comissão eleitoral.

Sem resposta

Assim que ouviu os representantes das chapa 1 sobre o caso, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Urcamp, por volta das 16h19min. A reposta foi de que a reitora tinha viajado para o Rio de Janeiro para receber uma homenagem, porém não informou sobre o que. Além disso, alegou que ela deveria estar envolvida e que seria difícil se manifestar ontem.

Minutos depois, a assessoria retornou a ligação se queixando que era pouco tempo para a manifestação da reitora e ainda disse que o Folha do Sul já havia ouvido o outro lado e que a Urcamp iria emitir uma nota. A reportagem do Folha do Sul deu um prazo bem além do fechamento da edição. Pouco antes das 18h30min, novamente a reportagem enviou mensagem e a resposta da assessoria foi de que o jurídico estava finalizando tal nota , porém sem dizer o horário para isso.


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