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Carnaval de rua em Bagé é cercado de incertezas

Divulgação Prefeitura de Bagé imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Festa popular de rua se tornou um hiato na cidade

Faltando 84 dias para o Carnaval de 2023, o evento em Bagé ainda não tem definição. A festa de rua não é realizada desde 2018 na Rainha da Fronteira. Isso porque, nos últimos anos, as entidades carnavalescas não conseguiram receber ajuda de custo por parte do município e os desfiles não aconteceram nas escolas de samba e blocos burlescos.  


A reportagem conversou com a secretária de Cultura e Turismo, Faustina Campos, para saber o que está previsto para o próximo ano. Ela falou que pretende marcar uma reunião nos próximos dias com as entidades carnavalescas para saber o que pretendem fazer. Ao ser questionada se o carnaval vai ser realizado na data oficial ou fora de época, a secretária disse que primeiro é necessário sentar e conversar com as entidades.


A Folha também perguntou se, diante da confirmação do evento, as entidades carnavalescas receberiam ajuda financeira da Prefeitura. A mandatária da pasta respondeu que esse é outro assunto que precisa ser tratado com o secretário de Economia, Finanças e Recursos Humanos, Cristiano Ferraz.


Só pela Prefeitura 

O presidente da escola de Samba Doce União, Ivan Maia, disse que mesmo que ocorra o carnaval no ano que vem , a entidade não vai desfilar porque seria necessário um investimento de cerca de R$ 40 mil. "Aquelas pessoas que antes saiam e ajudavam a escola por amor, hoje não existem mais", disse. Maia ponderou que, atualmente, a maioria das entidades não tem como desfilar. "Infelizmente o poder público deixou cair o nosso o carnaval", criticou.


João Aires Ávila, conhecido como Diro, falou que a Escola de Samba Aliança, está pronta para desfilar, mas para ir para a avenida o poder público tem que querer. Diro mencionou que a escola juntou dinheiro durante o ano. "Nós já estamos com todo o instrumental pronto, mas, claro, precisamos saber se teremos um carnaval competitivo", observou. 


Aires comentou que já era para estar acontecendo reuniões entre a Prefeitura e as entidades carnavalescas. Segundo ele, se não acontecer o carnaval oficial do município, a escola de samba Aliança vai fazer um evento regional com entidades de Dom Pedrito e Pinheiro Machado, onde eles trariam as escolas de samba para desfilar em Bagé e a Aliança desfilaria na cidades vizinhas.


Para o ex-presidente da Associação Bageense de Entidades Carnavalescas de Bagé (Abec), radialista e colunista do Folha do Sul, Edgar Abip Muza, o que tá faltando para que aconteça o carnaval em Bagé é apenas o dinheiro. "Eu sei que tem um grupo trabalhando junto ao Conselho de Cultura, mas a verdade é que hoje em Bagé tem um ou dois que trabalham, o resto ninguém quer trabalhar e sim esperar que a Prefeitura dê o dinheiro", alfinetou Muza. Ele argumentou que é fácil fazer o carnaval, que basta liberar uma rifa, seja de carro ou uma moto, como já foi feito no passado.


Cobranças

A presidente do Carnabloco - criado em 2018 -, Naira Wayne, destacou que está trabalhando para que Bagé possa ter um conselho de carnaval o ano todo, porque, segundo ela, essa festa gera emprego. "Na minha opinião, o que está faltando é organização, boa vontade, profissionalismo e conhecimento para buscar o protagonismo em Bagé na questão de turismo", apontou.


Naira disse que, em Bagé, não se consegue comprar materiais para fazer as fantasias e adereços. "Investimos dinheiro em outra cidade, visto que poderia ficar em Bagé. Carnaval não se faz de um mês para outro", criticou. E informou que o Carnabloco tem vários projetos, mas que é necessário ter um calendário de carnaval para que possa trabalhar durante todo o ano.

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