História
Banca do Bolinha comemora jubileu de ouro
Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Em anos anteriores, El País era um dos mais procurados
Há 50 anos no mesmo endereço, a Banca do Bolinha, faz parte da cultura e da identidade dos bageenses. Localizada em área nobre da praça Silveira Martins, na esquina da avenida Sete de Setembro com Monsenhor, o local resiste ao avanço das novas tecnologias e mantém em suas prateleiras jornais impressos e as revistas, além dos tradicionais livros de romance e, claro, as palavras cruzadas. Por ali passaram várias gerações nesses 50 anos de existência.
A esposa de Bolinha (Laerte Antônio Farias, 75 anos), Matilde Gonçalves Farias, de 71 anos, relatou para a reportagem como surgiu a banca: o nome do espaço se deve ao apelido do marido. A banca cinquentenária chegou a vender o principal jornal do Uruguai, o El País, que era um dos mais procurados. Além disso, a banca vendia jornais de fora do Estado. "Eu lembro que nós chegamos a ter vários clientes que compravam com livreta e pagavam no final do mês. As mulheres da época compravam muita revista de moda, receitas, notícias das novelas, mas, com o passar do tempo, isso foi diminuindo, mas mesmo assim continuamos vendendo", disse. No início, a Banca do Bolinha vendia até bijuterias.
Gibis e figurinhas
Matilde comentou que o público masculino procurava muito a revista Placar, publicação sobre esporte. E quando chegava o período de Copa do Mundo a clientela corria em busca dos álbuns e figurinha dos jogadores. "A gurizada adorava vir comprar gibi", recordou.
Segundo a proprietária da banca, atualmente o que é bastante procurado são os chamado "jornais pets", que nada mais são que jornais velhos usados para cães e gatos.
Matilde defendeu que a melhor maneira deter conhecimento de cultura é por meio dos jornais e revistas. Ao ser perguntada se ela trabalharia em outra profissão, Matilde respondeu que não. E contou que fizeram uma proposta para que ela e o marido assumissem um bar. "Eu não quis porque bar lida com bebida de álcool e não sabemos com quem estamos lidando. Trabalhando aqui eu criei os meus quatros filhos, que graças a Deus todos são funcionários públicos concursados", disse.
No interior da banca está o velho rádio de pilha que, segundo Matilde, é o seu companheiro. Ela prefere o rádio do que a televisão.
Deixe seu comentário