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Motivadas por palestra, adolescentes denunciam abuso

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Advogada preside Comissão da Criança e do Adolescente

Depois de uma palestra sobre combate à violência sexual, em uma escola da rede estadual, para alunos entre 12 e 16 anos, cinco adolescentes revelaram casos de abusos. Essa realidade que envolve menores em Bagé tem sido motivo de sucessivas reportagens do Folha do Sul.

Ontem a reportagem conversou com a presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Subseção da OAB de Bagé, a advogada Taiane Corrêa Teixeira, de 35 anos. A profissional assumiu o comando do colegiado este ano. A comissão tem como competência denunciar, informar e fiscalizar os direitos das crianças e adolescentes. 

Taiane informou que sempre que a comissão toma conhecimento de violações efetivas, acompanha o processo com as autoridades públicas, assim como quaisquer outros procedimentos necessários para apurar os fatos. O colegiado promove seminários, instaura processos e emite pareceres sobre a criança e adolescente. 

A profissional contou que há cerca de duas semanas o colegiado organizou uma palestra em uma escola da rede estadual, onde contou com a presença da delegada Daniela Barbosa de Borba e uma escrivã da Delegacia Especializada da Mulher, na qual o tema era o combate à violência sexual e abuso de crianças e adolescentes. "Para nossa surpresa, após a palestra, algumas adolescentes acabaram relatando cinco casos de abusos. Confesso que fiquei surpresa porque imaginei que os adolescentes iriam assistir a palestras e depois entrariam em contato com a polícia", comentou a advogada.


Mãe era quem abusava

A presidente da comissão disse que as estudantes foram extremamente corajosas - porque quando aberto espaço para perguntas, elas pediram para falar em particular com a delegada e a escrivã. 

A advogada enfatizou que a maioria dos casos ocorre dentro da própria casa da vítima, geralmente o pai ou um tio são os agressores. "Teve caso aqui em Bagé que a abusadora era a própria mãe e denunciou como se o abusador fosse o pai da criança", confidenciou a presidente da comissão.

Taiane relatou que a comissão pretende levar esse e outros projetos que envolvam os direitos das crianças e adolescentes para escolas. No dia 6 de julho acontecerá um encontro jurídico onde será abordado o enfrentamento do trabalho infantil.

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