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Júri é dissolvido após defensora dizer que estava com medo

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Estavam sendo julgados dois irmãos por tentativa de homicídio

Os irmãos Carlos Maurício Morales de Melo (Tiririca), 26 anos, e Schéron Moraes Melo, 24, sentaram no banco dos réus, ontem. Eles são acusados de tentar matar Maiâni Pires Lopes. O caso aconteceu no dia 20 de agosto de 2018, na avenida Sete de Setembro.

Maiâni pediu para depor sem a presença dos réus. Ela relatou que, na tarde em que aconteceu o fato, encontrou com os irmãos no centro da cidade, onde tiveram uma discussão e ela foi agredida. Disse que, depois, estava indo pegar uma tele, e Schéron foi atrás e a esfaqueou. Além disso, a vítima disse que a acusada furtou sua bolsa. “Depois desse fato, eu já perdoei ela. Eu tenho medo do irmão dela. Sei que quando ele sair da cadeia vai vir atrás de mim tentar fazer alguma coisa”, falou.

Um policial militar, que foi ouvido como testemunha, garantiu que a guarnição foi chamada para atender essa ocorrência. Segundo ele, o réu escondeu a faca suja de sangue no meio de uns arbustos. De acordo com o depoente, os irmãos receberam voz de prisão em flagrante e foram levados para a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento. Ao ser questionado pela defensora pública Tatiana Boeira se o réu havia sido espancado, o policial disse que isso nunca aconteceu.

“É tudo culpa minha”
Durante o interrogatório, Tiririca falou que tinha ido no centro e encontrou com sua irmã. Segundo ele, Schéron estava ensanguentada e contou que tinha brigado com Maiâni. O réu admitiu que deu uma faca para a irmã se defender. “Eu empurrei ela (vítima) porque a minha irmã estava sendo agredida. O único culpado sou eu, porque entreguei a faca para a minha irmã”, disse.

Tiririca afirmou que, no momento da prisão, ele foi espancado pelos policiais militares.

Scheron relatou que, naquela tarde, encontrou com a vítima e que ambas tiveram uma discussão. A ré alegou que foi agredida e sofreu um corte na cabeça. “Quando eu estava no Calçadão com o meu irmão, eu vi ela pegando uma moto e atravessei a rua, cega de raiva, e perguntei onde estava o meu celular. Nesse momento, ela me agrediu com o capacete. Eu dei apenas uma facada. Eu só queria cortar ela, mas nunca quis matar. Hoje, eu me arrependo e quero muito pedir perdão pra ela”, afirmou.

Constrangimento
No início da tarde, quando o promotor Frederico Carlos Lang saudou os policiais militares que estavam fazendo a segurança, a defensora pública Tatiana Boeira, que atuaria na defesa de Tiririca, disse que estava se sentindo constrangida pelo fato de que, dentro do salão do júri, havia quatro policiais. Por isso, ela pediu para que o promotor identificasse os policiais com nome completo e CPF. “Eu vim dirigindo sozinha de Porto Alegre, não tenho motorista e amanhã (hoje) vou voltar sozinha”, argumentou. Então, o promotor perguntou se ela estava com medo da polícia e a defensora respondeu que sim.

Tatiana solicitou para a juíza que presidia os trabalhos, Naira Melkis Pereira Caminha, para que constasse em ata que ela estava se sentindo constrangida. Porém, não disse o motivo.

A juíza interrompeu o julgamento e se reuniu com o promotor, com Tatiana e mais uma defensora. Cerca de meia hora depois, a decisão foi pela dissolução do júri e uma nova data será marcada.

Posição da BM
A reportagem entrou em contato com o comando do 6º Regimento de Polícia Montada, o tenente-coronel Kleiton Renan Sedrez. Ele falou que o caso será informado ao Comando da Brigada Militar.

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