Mobilização
Família e amigos pedem a liberdade de preso
Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Parentes foram até a Câmara de Vereadores pedir justiça
Na manhã de ontem familiares e amigos de Roger Miranda Rodrigues, de 22 anos, foram até a Câmara de Vereadores protestar contra a prisão dele, que ocorreu na noite do dia 30 de março. Se manifestaram o secretário de Juventude, Esporte e Lazer, Rafael Fuca, que é tio de Rodrigues, e os pais do rapaz.
Na ocorrência policial consta que o setor de Inteligência da Brigada Militar prendeu duas pessoas por estarem traficando nas proximidades de um estabelecimento comercial na Cohab. De acordo com o relato dos brigadianos, Rodrigues soltava foguetes para informar a chegada dos policiais.
Junto com eles foi apreendida uma menor de idade com pedras de crack e R$ 17. Com o outro foi apreendida uma bucha de maconha e com Rodrigues o restante do dinheiro, além dos foguetes. Ele foi preso em flagrante.
Desde a prisão de Roger Miranda Rodrigues, amigos e familiares começaram uma campanha nas redes sociais para manifestar a sua indignação. Para a reportagem do Folha do Sul a mulher dele, Daiane Lima Pereira, de 22 anos, contou que no dia da prisão do marido ela estava junto com ele e outras pessoas na frente de um estabelecimento comercial na Cohab esperando carona para irem para uma partida de futsal. Ela alegou que os foguetes eram para comemorar a classificação do time em que ele joga e que iria para final do campeonato.
Daiane contou que o marido trabalha em um frigorífico e estavam se organizando para irem embora de Bagé para Bento Gonçalves, onde residem os familiares dele. "Meu marido nunca teve passagem pela polícia e agora está preso. No dia da prisão o nosso maior erro foi não ter levado um advogado", falou.
Manifestação da defesa
A advogada Sabrina de Oliveira Peruchena informou que assumiu o caso na manhã de ontem. A profissional disse acreditar na inocência de Rodrigues. Ela acentuou que até então, conforme o boletim de ocorrência, os policiais disseram que existem indícios de que um homem negro e de moletom preto estava traficando naquele local. "Nós agora vamos solicitar que a polícia aponte quais são esses indícios e porquê chegaram ao Roger, visto que ele é uma pessoa com bons antecedentes, é primário e como aconteceu a prisão dele. Nada passa de um equívoco", afirmou.
A advogada disse que na quinta-feira aconteceu uma audiência de custódia (preso em flagrante tem direito a ser ouvido por um juiz), onde o advogado anterior que estava atuando no caso solicitou a soltura de Rodrigues, o que foi negado pela justiça local.
A prisão, que até então era flagrante, passou a ser preventiva. O advogado anterior solicitou, por meio de uma liminar, um pedido de Habeas Corpus, o que também foi negado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça em Porto Alegre.
De acordo com Sabrina, pelas informações repassadas pela Brigada Militar, o judiciário está convencido de que o Rodrigues está envolvido. "Eu vou fazer uma petição para Polícia Civil e Brigada Militar para que eles esclareçam as razões que os levaram a acreditar que o Roger esteja envolvido com os fatos e também estudamos a possibilidade de entrarmos com uma liminar no Superior Tribunal de Justiça", adiantou.
Contrapontos
O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, delegado Cristiano Ritta, falou que a polícia está investigando o caso e diligências estão sendo feitas. Segundo ele, se houver comprovação que o suspeito não tem envolvimento no caso, ele será solto.
O Folha do Sul encontrou em contato também para saber a versão da Brigada Militar. No final do dia, o 6º Regimento de Polícia Montada enviou a ocorrência do fato.
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