Tecnologia
Equipamento irá automatizar perícias balísticas
Grégori Bertó/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Equipamento está instalado no prédio do Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais?
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) passou a contar com o Sistema de Identificação e Comparação Balística Automatizada. Concretizada por meio de convênio assinado em janeiro de 2020 entre o governo do Estado, Tribunal de Justiça (TJRS) e Ministério Público Estadual (MPRS), a compra do equipamento para operação do sistema, conhecido como indexador balístico, faz parte das medidas dos eixos um e três do programa RS Seguro, de utilizar inteligência no combate ao crime e qualificar os serviços prestados pelas forças de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
O indexador balístico, equipamento americano da marca Ibis (Integrated Ballistic Identification System), é uma ferramenta que aprimora os exames periciais da área de balística forense, realizados pelo Departamento de Criminalística do IGP.
O sistema está entre os mais avançados do mundo, utilizados pelas forças de segurança de mais de 80 países, entre os quais Estados Unidos, Canadá, Argentina, Dinamarca, Escócia, Reino Unido, Noruega e Suécia, além da Interpol (International Criminal Police Organization).
Com a implementação, será possível criar de um banco de imagens digitalizadas dos materiais periciados que permitirá determinar, de forma automatizada, eventual correlação entre eles. Dessa forma, os peritos terão condições de identificar se uma munição recolhida em um local de crime veio da mesma arma recolhida em outra cena. A tecnologia ainda possibilitará ao Estado se integrar ao Sistema Nacional de Análises Balísticas (Sinab), com adesão ao Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), semelhante ao que já ocorre em relação ao Banco de Perfis Genéticos.
Pioneiro no Estado
De acordo com informações do governo do Estado, o sistema automatizado, inédito no Rio Grande do Sul, é o mesmo utilizado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal. A ferramenta, além de reduzir o tempo para realização de confrontos balísticos com grande número de materiais a serem examinados, vai possibilitar a diminuição gradativa do passivo de perícias. Atualmente, o IGP tem 2,8 mil exames de microcomparação balística aguardando conclusão.
Em relação à metodologia tradicional de microscopia óptica, as vantagens são maior segurança nos resultados, melhor qualidade de imagem, dispensa de sistemas de iluminação dedicados e agilidade na conclusão. O grande diferencial é a possibilidade de realizar a correlação de elementos de munição previamente adicionados ao banco com as informações de uma nova inserção, podendo haver a conexão entre crimes cometidos com o uso de armas de fogo, anteriormente tratados de forma isolada, tanto em nível estadual como nacional", explicou a diretora-geral do IGP, perita criminal Heloísa Helena Kuser.
Os recursos para aquisição do indexador balístico, cerca de R$ 4,5 milhões, foram disponibilizados pelo TJRS, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, vinculado à Corregedoria-Geral de Justiça da Corte (R$ 3.328.840,00), e pelo MPRS, por meio do Fundo para a Reconstituição dos Bens Lesados (R$ 1.111.287,75).
O equipamento está instalado no prédio do Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais (Crepec-Sul) do IGP, que já abriga os setores administrativos da instituição e será inaugurado na próxima segunda-feira.
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