Na sexta-feira, Bagé confirmou o primeiro caso de dengue do ano. Trata-se de um caso importado, ou seja, o contágio não ocorreu na Rainha da Fronteira, mas sim em viagem - conforme a divulgação do município, tal pessoa foi visitar um familiar na cidade de Santa Maria e retornou com sintomas da doença. Desde a confirmação, a Vigilância em Saúde tem atuado para evitar mais ocorrências. De acordo com o coordenador, Geraldo Gomes, assim que foi constatado, imediatamente, a equipe
deu início ao PVE, que é a pesquisa vetorial especial, em um raio de 150 metros do imóvel onde reside a pessoa positivada para a dengue.

Vale mencionar que essa pessoa com confirmação para a doença reside no bairro Mascarenhas. Gomes confirmou que, dentro desta semana, será feita a aplicação do fumacê naquela região. E ainda revelou que 90% dos imóveis daquela área foram vistoriados e foi feita a divulgação em relação a situação. "Todos os procedimentos previstos em protocolo já foram realizados pela Vigilância Epidemiológica", anunciou o município, na sexta.

Segundo dados do Estado, a Pesquisa Vetorial Especial (PVE), citada como estratégia por Gomes diante do primeiro caso confirmado do ano, é realizada de forma complementar as atividades de rotina, que visa procura eventual do aedes aegypti, e ocorre na área do caso suspeito (ou confirmado), com eliminação mecânica dos possíveis criadouros do mosquito e pesquisa larvária. Tal informação integra o Plano de Contingência para Dengue do Estado do Rio Grande do Sul, onde há orientações para municípios infestados pelo aedes aegypti, como é o caso de Bagé, quando há confirmação de casos.

Consta que a Pesquisa Vetorial Especial é seguida da aplicação de inseticida por meio de nebulização espacial a frio – tratamento a UBV –, utilizando equipamentos portáteis ou pesados, em, pelo menos, uma aplicação, iniciando no quarteirão de ocorrência e continuando nos adjacentes, considerando um raio de 150 metros, tal qual mencionou Gomes à reportagem. "O bloqueio de transmissão é a estratégia de escolha para uma ação imediata, quando se faz necessário o combate ao vetor na forma adulta. Neste caso, é feita aplicação de inseticida em UBV, sempre concomitante com as medidas de controle larvário, segundo Protocolo Técnico Nacional estabelecido nas Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue", detalhou o plano.


Dados
No início deste mês, o coordenador da Vigilância em Saúde de Bagé, Geraldo Gomes, enfatizou que os bageenses devem redobrar os cuidados para evitar a proliferação do aedes aegypti e isso independe da chegada do frio, com o avanço do outono. "Está aparecendo muita incidência de focos do aedes aegypti noutras regiões do Estado mesmo com o frio", alertou. "Hoje, a situação é bem diferente de anos atrás. Antes, o mosquito, com o frio, diminuía a incidência. Hoje, não é mais assim", sustentou.

A Vigilância em Saúde de Bagé também confirmou que, nesta semana, começa o segundo Levantamento de Índice Rápido do ano. O Lira busca verificar a situação da infestação de mosquito da dengue na cidade. No primeiro Lira, concluído em fevereiro, de acordo com informações repassadas pela Vigilância à reportagem, na ocasião, foram visitados 1 746 imóveis do município. Desse montante, 5,3% tinham focos do mosquito da dengue. Ou seja, foram encontradas larvas do aedes aegypti em cerca de 40 imóveis.


Sintomas

Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
Dor atrás dos olhos
Dor de cabeça
Dor no corpo
Dor nas articulações
Mal-estar geral
Náusea
Vômito
Diarreia
Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira


Atenção redobrada

- Até mesmo uma tampinha de garrafa ou uma casca de ovo podem se tornar criatórios do mosquito;

- O aedes aegypti gosta de água parada, onde deposita seus ovos;

- A ocorrência de chuvas e o posterior calor, nesta época do ano, aumentam a circulação e atividade do mosquito;

- O aedes aegypti é um mosquito doméstico, que tem, em média, menos de um centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo;

- O mosquito da dengue tem hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. O inseto (apenas a fêmea) se alimenta basicamente de sangue humano;

- A reprodução acontece em água parada limpa ou suja;

- Tampar tonéis e a caixa d’água; manter as calhas sempre limpas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; e manter as lixeiras bem tampadas estão entre cuidados imprescindíveis;

- Ralos devem estar limpos e com aplicação de tela.

- Pratos de vasos de plantas podem ser preenchidos com areia;

- Os potes de água dos animais devem ser limpos sempre com escova.