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Crime

Vereadora vira alvo de ameaças pela internet

Marcello Casal Jr/Especial FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Presidiário usou celular de dentro da casa de detenção

As redes sociais têm sido usadas como método para intimidação e ameaças à vereadora Beatriz Souza (PSB). O mais grave partiu de dentro do Presídio Regional de Bagé. A socialista, que está no segundo mandato, foi ameaçada por um presidiário.

O fato aconteceu logo após o episódio do furto de ração do canil municipal, no mês passado. Por meio de mensagem, o presidiário desafiou a vereadora - que, segundo ele, teria ficada calada mediante o ocorrido e insinuou que ela poderia estar envolvida no caso. Receosa de que poderia ser um perfil falso, para surpresa, a vereadora descobriu que o criminoso é condenado a 10 anos de prisão. O presidiário inclusive "ordenou" que Beatriz ficasse calada e a ameaçou de que, quando saísse do presídio, "iria acertar as contas com ela".

A vereadora contou que fez contato com o diretor do Presídio Regional de Bagé e com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A informação que recebeu é que, mesmo com todo o controle, sempre entra celular na casa de detenção. Mediante essa situação, a socialista registrou ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA).

Em outra ocasião, anterior a essa, a socialista foi ameaçada por outra pessoa de levar um tiro.

Ameaça ao vivo

Na sexta-feira passada, a vereadora voltou a ser alvo de ataques pela internet. Desta vez, durante uma live. Depois de umas professoras terem se manifestado na Câmara de Vereadores sobre a questão do pagamento do piso nacional do magistério, Beatriz fez um live acompanhada das profissionais e foi durante a manifestação que foi atacada verbalmente por uma mulher que enviou uma mensagem ameaçadora.

Em uma das postagens, a mulher escreveu: " Tu vai tomar uma ruim pelo que tô sabendo. Se cuide, dona Beatriz, essa gurizada não dá carinho. Só um aviso: tu vai tomar o que merece . Se cuida até ao sair de casa, tão no teu bico".

Enquanto prosseguia a live, novamente a mesma pessoa postou: "Aqui é 'nóis', dona Beatriz, e se eu fosse você abandonaria a política ainda a tempo", desafiou.

Beatriz, que tem se manifestado de forma contundente na tribuna do Legislativo, contou que sofre ameaças desde o início do seu mandato, mas que essa situação se intensificou neste ano. Ela argumentou que uma coisa é não concordar com suas posições e outra é ameaçar. "As pessoas estão perdendo os limites", pontuou.

Beatriz contou que outras vereadoras do Rio Grande do Sul relatam também sofrer esse tipo de ameaça. A socialista, que é pré-candidata a deputada federal, afirmou que continua firme na disputa para a eleição de outubro e que essas situações a mantém mais convicta em permanecer na política.

Sobre a questão da segurança pessoal, informou que hoje irá ao Ministério Público para tratar do caso e que está coletando materiais sobre as ameaças mais recentes para encaminhar para a polícia. Ela lembrou que está sendo vítima de crime virtual.

Combate aos crimes cibernéticos

Em março deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou o primeiro Plano Tático de Combate a Crimes Cibernéticos, com o objetivo de prevenir e reprimir esse tipo de crime no país.

"São crimes que causam prejuízos enormes ao cidadão, às empresas e ao setor público. Infelizmente, os criminosos estão cada vez mais recorrendo aos crimes eletrônicos na expectativa de não serem encontrados, mas eles estão enganados. Vamos enfrentar esse tipo de crime com estratégia, planejamento e inteligência", assegurou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

Um dos pontos do Plano Tático é um Acordo de Cooperação entre a Polícia Federal e a Febraban, que facilitará o compartilhamento de informações, visando medidas preventivas e educativas, de forma a tornar o espaço cibernético mais seguro, identificando e punindo organizações criminosas.

O Plano Tático prevê a criação de um banco de dados de ocorrências, que terá o amplo acesso das polícias judiciárias da União e dos estados. Dessa forma, os modelos de investigações e soluções de crimes poderão ser replicados de forma eficiente em todo o país.

Será criado, ainda, um programa de prevenção a fraudes bancárias eletrônicas, golpes digitais e a capacitação de agentes de segurança para que possam lidar com os vários tipos de crime.

Além disso, será montada uma estrutura integrada com a participação de forças de segurança federais e estaduais, entidades públicas e privadas nacionais e internacionais e especialistas na temática. Juntos, eles vão se especializar para atuar no enfrentamento às organizações criminosas que atuam em crimes digitais.

Eixos do plano

O Plano Tático de Combate a Crimes Cibernéticos contém eixos temáticos que destacam a prevenção e a mitigação de ameaças cibernéticas; o gerenciamento de riscos e incidentes decorrentes da criminalidade cibernética; o aprimoramento de infraestruturas críticas para combate a crimes cibernéticos; o amparo legal e regulamentar; as parcerias nacionais e cooperação internacional; a padronização e a integração informacional; além de pesquisa, desenvolvimento, inovação e educação para o enfrentamento a crimes cibernéticos.

O documento segue as diretrizes instituídas no Decreto nº 10.222/2020 que aprovou a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber) e faz parte de vetores orientativos decorrentes da Convenção de Budapeste.


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