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Psicóloga dá dicas aos pais diante da onda de violência nas escolas

Reprodução FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Profissional defende importância de trabalhar em prol da saúde mental

Uma onda de violência nas escolas choca o país diariamente. A comunidade escolar busca garantir a segurança dos estudantes e dar maior tranquilidade para as famílias. A reportagem conversou com a psicóloga Dilce Helena Alves Aguzzi, que deu algumas dicas direcionadas aos pais. Acontece que muitos não têm conseguido levar seus filhos para a escola porque o medo os impede.


A profissional comentou que a primeira reação é mesmo de choque, mas que, passado o susto inicial, é preciso voltar o pensamento, as energias, as ideias, para a prevenção. "Se voltar para o papel dos adultos nessa relação da sociedade com a crescente onda de violência", sustentou, ao questionar: "Qual é o papel dos adultos nisso?".


Dilce lembrou que muito disso passa pela relação de confiança que se tem com as instituições que garantem a segurança, a relação de confiança que se tem com a entidade da escola. "E a relação de respeito que a escola possa ter nessa sociedade", pontuou. "Muitos assuntos interligados fazem pensar que, talvez, a nossa contingência, a contingência das escolas em relação aos fenômenos de violência, tenha que ser repensada", acrescentou.


Assim, a dica para os pais, dentro desse contexto, é um bom diálogo com a escola. "Um bom diálogo com a equipe diretiva, com os professores, com toda a comunidade escolar, para que os pais, que fazem parte dessa comunidade escolar, possam trazer uma onda de carinho, de proteção, de resguardo, de ideias - no sentido de repensar as atitudes para que esse espaço reflita mais a segurança que todos nós queremos", sustentou.


A psicóloga argumentou que essas ideias precisam refletir em novas ações, novos cuidados e abordagens. "Penso que isso é o que deve acontecer agora", enfatizou. Tanto escolas como poder público devem trabalhar a prevenção, mas não só investirem na segurança, no detector de metais, nas constantes verificações das mochilas. “Pensar também que esses momentos de violência, que culminam com essa tristeza, com esse choque, que nós vimos nessa semana, começaram muito antes. Começaram com algo que culminou nessa violência toda", argumentou. "Geralmente esses transtornos, distúrbios, esses problemas mentais, de personalidade, de comportamento, vão dando sinais, vestígios, a vida inteira", completou.


Lembrou que, muitas vezes, é a escola que detecta e a família tem que prestar atenção. Por isso, sugere que é preciso pensar na prevenção da violência como um todo, na atenção, no cuidado com a saúde mental dentro da escola, que é de todos. "A saúde mental tem que ser um tema que deve ser trazido à tona em sociedade. A saúde mental negligenciada, às vezes, culmina num gesto como esse. A falta de cuidado com os sinais que vão aparecendo vai até que um dia esses sinais se transforma em uma onda de explosão de violência", sustentou, ao acrescentar que a principal dica é manter os cuidados, o foco na prevenção nesse sentido já citado.


Diálogo com os filhos

A psicóloga garantiu que conversar sobre tal tema é importante, mas ressalvou que é necessário atentar para a faixa etária. E argumentou que, se os pais não conversarem, o assunto chegará de alguma forma aos ouvidos das crianças e adolescentes. Ela ponderou que nem mesmo os adultos têm condições de compreender um fato como esse. "Como uma criança vai?", questionou, ao argumentar que, então, é preciso explicar de forma acessível para que elas entendam que algumas coisas fogem do normal, do natural, ou fogem da integridade, da segurança esperada.


Segundo Dilce, também para que elas saibam se proteger e evitar situações de conflito ou, ainda, identificar situações que fogem do esperado para, então, pedirem socorro. Ainda, de modo a saber lidar com pequenas situações do dia a dia, que podem apontar como sinalizadores de problemas de relacionamento que, no futuro, possam vir a se tornar gestos de violência. Além disso, a profissional sustentou que vale perguntar para as crianças e adolescentes o que elas ouviram sobre o assunto e de que forma entenderam tudo isso. Depois disso, vale passar informações, mas sem fazer disso um momento para gerar pânico.


Outra orientação importante é em relação a quem a criança ou adolescente deve recorrer quando sentir medo, a quem deve buscar, sobretudo dentro do ambiente escolar. A profissional ainda sugeriu que as escolas devem recorrer a um psicólogo, que é o profissional que pode fazer um trabalho importante não só nesse período, mas durante o ano inteiro, trabalhando, inclusive, na prevenção à violência, ao focar na saúde mental.

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