A única equipe brasileira aprovada pela NASA para a competição Human Exploration Rover Challenge, da Agência Espacial dos Estados Unidos, formada por jovens bageenses da Escola Frei Plácido, tem aproveitado e muito a experiência. Eles estão em Huntsville, no Alabama, onde a competição acontece entre esta quinta-feira, dia 20 de abril, e sábado, 22. Na terça-feira, eles conheceram o Space and Rocket Center, e ontem novamente foram até a Nasa, "para conhecer melhor o lugar", como comentou a jovem Isabélli Marques. "Está sendo muito legal", definiu a jovem, sobre a experiência de todos os envolvidos.

Na terça, ainda segundo relatou Isabélli, a equipe também resolveu algumas questões envolvendo o rover. Ontem, quarta, eles visitaram até a lojinha da Nasa, e compartilharam alguns registros do espaço e seus itens inusitados. Uma curiosidade: um dos integrantes da equipe, Bernardo Freitas, comemorou, por lá, ontem, seus 16 anos, e teve até parabéns surpresa junto aos colegas. Também integram a equipe Sofia Cuadros, Carlos Eduardo Munhoz e o professor Rodimar Acosta, que não viajou com eles. Todos são do curso Técnico em Mecânica da escola da rede estadual. A diretora da escola Frei Plácido, Sônia Machado Trindade, porém, está com os estudantes nessa viagem única.

Sobre a competição

O objetivo do evento anual da NASA é desafiar os alunos a criarem um veículo movido à tração humana projetado para atravessar a superfície simulada de outro mundo e completar tarefas de missão ao longo do caminho. O circuito pelo qual o protótipo passará na disputa inclui 10, além de missões como a coleta de água. As equipes de alunos - são mais de 60 equipes de 30 países - projetam, constroem e testam tecnologias que permitem que os rovers funcionem em uma variedade de ambientes. Para se ter uma ideia, o veículo construído aqui em Bagé, o Robotchê, como foi batizado, lá nos "States" irá passar por um terreno simulando Marte, a Lua e outros corpos do sistema solar.

Mais uma curiosidade: Carlos Eduardo será um dos responsáveis pela tração humana que move o Robotchê. Ele pedalará ao lado de Isabélli e relatou que a preparação envolveu exercícios físicos e de concentração. “É um carro de exploração espacial que vai passar por um circuito com obstáculos e coleta de amostras. Foi projetado para isso e não pode haver contaminação cruzada. Eu e Isabélli vamos pedalar, então estamos com a adrenalina muito alta”, garantiu. “São cerca de oito minutos para completar o circuito. Nos preparamos fisicamente e mentalmente”, acrescentou. E vale explica que esse limite estipulado para completar o percurso tem a ver com o tempo disponível de oxigênio para um explorador na Lua.

Isabélli já havia afirmado ao Folha do Sul que a principal motivação na hora de submeter o projeto foi de provar que a escola pública e uma equipe brasileira têm capacidade de serem aceitos em um evento desta magnitude. Vale destacar que a finalização do rover (veículo de exploração espacial) Robotchê demandou cinco meses de trabalho intenso. Aliás, Isabélli tem compartilhado no Instagram @lugardeciencia alguns momentos dessa viagem.