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Inclusão

Entidades avaliam acessibilidade na Rainha da Fronteira

Márcia Sousa imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Apesar de avanços, melhorias ainda são necessárias

Esta é considerada a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência. O período coloca em debate diversas questões, como a acessibilidade. O jornal Folha do Sul ouviu os presidentes das três entidades bageenses que representam esse público para saber o que pensam sobre a acessibilidade na Rainha da Fronteira.

Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Bagé, Luís César Silva afirma que há muito o que ser melhorado em termos de acessibilidade. "Vejo que tem muita coisa pra melhorar, principalmente nos prédios mais antigos, anteriores a lei de inclusão de 2015 com relação a acessibilidade. Nós mesmos aqui na APAE temos problema com relação a essa questão devido as dificuldades para promover a completa adequação do nosso prédio", reconheceu.

A lei a que Silva se refere é a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Nesse mesmo sentido, o presidente do Caminho da Luz, Ruibar Freitas, diz que a cidade tem pouca acessibilidade, principalmente em pontos de grande circulação de pessoas. "A cidade de Bagé, na nossa opinião, tem pouca acessibilidade. O centro é o único lugar com estacionamentos prioritários e rampas de acesso nas calçadas, porém as mesmas são muito irregulares, os camelôs que montam suas barracas nas calçadas também ocasionam muito transtorno para um deficiente físico se locomover, o comércio não está acessível, os adaptados são minoria. Os pontos turísticos, em sua grande maioria, não tem acessibilidade, notamos que os estabelecimentos privados são identificados quanto as filas prioritárias, porém nos segmentos públicos não consta esta identificação", relatou.

Sobre pontos positivos, Freitas destacou o transporte. Quanto a melhorias, ele acredita em conscientização. "Quanto a acessibilidade nos veículos (vans e ônibus) que transportam nossos assistidos, estes são acessíveis. Sobre melhorias, políticas públicas voltadas à conscientização e importância da acessibilidade para pessoas deficientes", avaliou.

No quesito conscientização, para a presidente da Associação Bageense de Pessoas com Deficiência (Abadef) e do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Compede), Cimone Barbosa, houve avanços significativos. "No trabalho cultural de que a pessoa com deficiência é parte da sociedade e precisa estar em todos os espaços e não só onde é disponibilizado serviços de saúde e reabilitação", destacou.

Cimone também menciona que acessibilidade é um termo amplo, que não contempla somente pessoas com algum tipo de deficiência. Além disso, esse público concentra uma parte considerável da sociedade. "Precisamos pensar que o crescimento de um município depende de atender a demanda de seus munícipes, e aqui em Bagé, segundo o IBGE, as pessoas com deficiência são quase 25% da população, ou seja, mais de 25 mil pessoas com deficiência precisam de acessibilidade e de implementação que de fato as possibilitem ir e vir, oportunidade de ocupar espaços. Mas não só a pessoa com deficiência precisa de acessibilidade, mães que por exemplo empurram os carrinhos de seus filhos. Sem falar na pessoa idosa, que com a sorte e vontade de Deus todos seremos e, com certeza, iremos precisar de acessibilidade", lembrou.

Projeto

Ainda no ano passado, o Compede recebeu da Promotoria Pública estadual uma cartilha contendo sugestões de como adequar o município de acordo com normas técnicas. Através da parceria de um aluno de arquitetura o Compede desenvolveu um projeto piloto que prevê a padronização das calças do município. Atualmente, o projeto está nas mãos da Promotoria, aguardando uma reunião junto aos órgãos competentes sobre orçamentos e verbas. "Lembrando que a expectativa é que a prefeitura padronize as áreas programadas no projeto como exemplo. E que após isso o projeto arquitetônico sirva de exemplo e também como instrumento para que o privado possa também se adequar", projetou Cimone.

 

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