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Dia Mundial

Alerta é para conscientização e combate a Aids

Divulgação FS imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Reunião técnica com MS, SES, CRS, onde foi apresentado o serviço materno-infantil da Santa Casa de Caridade de Bagé

O primeira de dezembro é o Dia Mundial de Combate a Aids, e, nesta data, diversas ações e serviços são realizados em todos os municípios que fazem parte da sétima Coordenadoria Regional de Saúde. O objetivo é conscientizar a população para a importância da prevenção da doença, como detalharam Fernanda Alves Machado e Mauro Kloppenburg Martin, da coordenação regional de ISTs/HIV, com distribuição de material informativo, preservativos e mutirão para testagem, por exemplo.


Fernanda lembrou que ser HIV positivo não é o mesmo que ter Aids. "Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus para outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção", esclareceu. "Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações", acrescentou.


A profissional ressaltou a importância da testagem rápida. "É um meio de diagnóstico confiável e seguro, que viabiliza o início do tratamento em tempo oportuno, com medicamentos que hoje apresentam menos efeitos colaterais, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes", sustentou. Ela ressalvou, ainda, que a regional disponibiliza a PEP, que é uma profilaxia pós-exposição, para casos de acidente com material biológico, para vítimas de violência sexual ou exposição consentida. "Esse atendimento está disponível na UPA, em Bagé, e no Pronto-Socorro de Dom Pedrito, 24 horas por dia, sete dias por semana, e nos serviços de referência em horário comercial", pontuou. 


"Nos casos citados acima, é importante ressaltar que quanto mais rápido o paciente procurar o serviço para avaliação e início dos medicamentos ARVs, mais eficaz será a resposta ao tratamento", elucidou, ao acrescentar que também está disponível nos serviços de referência a PREP, que é uma profilaxia com medicamentos antirretrovirais para "trabalhadores do sexo, gays e homens que fazem sexo com homens, mulheres e homens trans, travestis e casais sorodiscordantes (onde um vive com HIV e outro não)", como esclareceu.


Fernanda ainda explicou que as maternidades dos hospitais da Santa Casa de Caridade de Bagé e do Hospital São Luiz, em Dom Pedrito, realizam a testagem na admissão da gestante, no momento do parto, e em seus parceiros, a fim de prevenir a transmissão vertical do HIV e da sífilis. "Vale ressaltar que ambas as instituições possuem medicamento disponível para tratamento da mãe e do bebê", pontou. Ela acrescentou, ainda, que o Ministério da Saúde, por meio das Secretarias Estaduais de Saúde e das Coordenadorias Regionais de Saúde disponibiliza medicamentos ARVs, testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C, exames complementares para acompanhamento, como, por exemplo exame de carga viral, insumos de prevenção, e fórmula láctea para crianças nascidas de mãe com HIV, que não podem ser amamentadas. "Todos os insumos dispensados gratuitamente através do Sistema Único de Saúde", enfatizou.


Entrevista 


Fernanda conversou com a reportagem sobre testagem, acolhimento e os principais tabus. Confira!


FS - Para quem quer fazer um teste, quais são as opções?! 


Fernanda - Teste rápido de HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C, que estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde de todos os municípios pertencentes a 7ª CRS e nos Serviços de Referência em Bagé, no SAIS, e em Dom Pedrito, no SAE. O resultado dos testes fica pronto em mais ou menos em 25/30 minutos. 


FS - Uma vez positivo para o HIV, como ocorre o acolhimento dessa pessoa?! 


Fernanda - O acolhimento é realizado pelo profissional de saúde que estiver realizando o teste, e este profissional vai realizar o encaminhamento do paciente para os serviços de referência, SAIS que tem sua sede em Bagé e é referência para os seus munícipes e para os pacientes de Aceguá, Candiota, Hulha Negra e Lavras do Sul. O SAE de Dom Pedrito atende a população local.


FS - Como ocorre o acompanhamento (quais são as principais etapas)?! Também há acompanhamento psicológico?! 


Fernanda - O acompanhamento desses pacientes acontece nos serviços de referência, que contam com uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiro, técnico em enfermagem, farmacêutico, nutricionista, assistente social, psicólogo. 


FS - Quais os principais desafios atuais dessa rede (de atendimento)? 


Fernanda - Uso de preservativos, sensibilização da população sexualmente ativa a realizar os testes rápidos. Uma vez que o paciente é diagnosticado com alguma IST, a sensibilização para adesão ao tratamento.


FS - Em números, houve redução na busca por testagem durante a pandemia?! 


Fernanda - Sim, durante a pandemia a busca por testagem diminuiu, mas agora a situação já se normalizou. Os profissionais de saúde dos municípios pertencentes a 7ª CRS realizam, ao longo do ano, diversas ações de mobilização e sensibilização a testagem, em ações do Julho Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul e também no dia primeiro de dezembro, que é o Dia Mundial de Combate à Aids.


FS - Qual a taxa de mortalidade na região?! 


Fernanda - Índice estadual: 2017 (11,2%), 2018 (10,26%), 2019 (9,92%), 2020 (9,69%), 2021 (10,45%). E índices regionais: 2017 (8,69%), 2018 (7,04%), 2019 (3,29%), 2020 (4,86%), 2021 (7,02%). Essa curva de crescimento na taxa de óbitos se explica pois, com a pandemia, tivemos uma baixa procura pelos testes, o que dificultou o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno.


FS - Há índices a se comemorar?! Quais?! 


Fernanda - Sim. A redução nos índices de transmissão vertical para HIV e sífilis Bagé é o primeiro município no Estado a receber a certificação, que é concedida para municípios com mais de 100 mil habitantes, conforme critérios estabelecidos no Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e/ou sífilis, publicado em 2021, que considera uma série de indicadores de processo e de impacto. 


O município está, desde o ano de 2010, sem registro de Transmissão Vertical de HIV, e reduziu nos últimos anos os casos de sífilis congênita, registrando apenas três casos no ano de 2020 e zero no ano de 2021, que refletiram na concessão do Selo Prata de boas práticas rumo a eliminação da sífilis congênita. 


A certificação "reflete a qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e seguimento da criança, bem como reconhece o processo de trabalho realizado no território e por todos os envolvidos na eliminação da transmissão de HIV e/ou sífilis". A visita do MS (imagens) foi muito enriquecedora, uma troca de experiências muito valiosa, e várias ações e melhorias na rede foram pensadas e implementadas após essa visita, ações essas que queremos ampliar e fortalecer em todos os municípios da nossa regional. 


Aproveitamos para agradecer ao empenho de todos os profissionais da rede municipal de Saúde de Bagé e a equipe da Santa Casa de Caridade de Bagé, que, ao longo de todos esses anos, sempre foram nossos parceiros na implantação dos protocolos e melhoria dos serviços prestados à comunidade.


FS - Quais são os principais tabus que ainda precisam ser derrubados?!


Fernanda - Preconceito, adesão ao uso dos preservativos, conscientização da população em relação a testagem, pois quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.

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