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Finados

A morte sob o ponto de vista das diferentes religiões

Quem tem fé independente de credo religioso encara a morte sob um determinado prisma. As religiões ajudam a enfrentar as inquietações acerca do mistério da morte. A partida de um ente querido é uma das piores dores a ser suportada pelo ser humano. O Dia de Finados suscita sentimentos - que vão da dor a saudade.

Essa é um data em que familiares costumam ir ao cemitério para memorizar aquele que já partiu. É um dia de oração, de reflexão e de homenagens. A reportagem conversou com lideranças religiosas de diferentes credos para saber o que pensam sobre o sentido da morte.

Espírita

A presidente da Sociedade Espírita Vicente de Paulo, Cláudia Iriz, enfatizou que a morte tem a compreensão que ali se encerra e termina tudo. Segundo ela, isso é bem impactante para quem acredita nisso. "Para nós, espíritas, o espírito sobrevive; ele não morre, o que morre é o corpo físico. Quando acontece esse passamento, a gente vive a tristeza e o luto - não pela perda, mas pela separação, porque a gente sabe que vai haver um tempo para esse reencontro", pontuou.

De acordo com Cláudia, para os espíritas, a morte é o retorno do espírito para sua dimensão, ao seu lugar de origem. "Ali vai viver suas experiências e se preparar para retornar e viver novas experiências, que o conduza para a evolução - não entendemos a morte como fim de tudo, como perda. Para os espíritas é a transição - saímos de uma etapa e passamos para outra, em cada uma delas vivemos experiências diferentes", acentuou.

Evangélicos

O presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos de Bagé ( OMEB), pastor Ruben Ferreira, disse que, para os cristãos evangélicos, a morte não é o fim. Segundo ele, é a esperança de uma vida baseada na ressurreição de Jesus. "Diante da realidade da morte, apreendemos a reafirmar a importância da vida, em boas ações no presente", enfatizou.

O religioso acentuou que a morte sela todas as oportunidades dadas às pessoas e que não há como interferir na vida pós -morte . O pastor enfatizou que visitar túmulos dos setes queridos é sinal de respeito pela memória deles. "Porém, devemos ter a consciência que, apesar de amá-los e de sentir muita saudade, não temos mais como falar com eles nesta vida", pontuou.

O pastor da Igreja Batista Conservadora, Gideão Muniz, disse que o Dia de Finados é uma data para referenciar as pessoas que morreram. Segundo o religioso, para os evangélicos, a morte é apenas uma passagem para a vida eterna. O pastor lembrou que a pessoa tem que estar preparada para a vida eterna. "Porque temos esperança de um dia nos encontrarmos com aqueles que já morreram", falou.

Umbanda

O babalorixá do Centro Universalista Nova Era, Veraldo Souza, o Dia de Finados serve como homenagem para aquelas pessoas que já partiram para o mundo espiritual. "Mas não com tristeza, com choro, lamentações, porque nós vemos a morte do corpo como a oportunidade do espírito retornar a pátria espiritual, porque estou na carne, mas estou aqui de passagem, cumprindo uma etapa em busca da evolução do espírito", asseverou.

Segundo Souza, a morte representa uma etapa de renovação, porque sua religião acredita na reencarnação.

Ao ser questionado o motivo pelo qual muitas pessoas têm medo da morte, o babalorixá respondeu que essas pessoas precisam ainda de uma religiosidade.

Católicos

O bispo dom Frei Cleonir Paulo Dalbosco comentou que a morte para os católicos significa caminhar ao encontro da eternidade. "Temos a certeza que, em Jesus Cristo, a vida não é tirada, mas transformada. Diz Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; (Jo, 11,25).".

O bispo falou que igreja católica convida para rezar pelos falecidos, na firme esperança de que desfrutem da ressurreição e vida eterna.

O prelado lembrou que, no Evangelho de João 6,39, tem a seguinte passagem: "Que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas que eu ressuscite no último dia" (Jo 6,39). "É através das afirmações de Jesus que nossa igreja professa sua fé na ressurreição. Em Jesus Cristo, a morte já foi vencida".

O bispo salientou que rezar pelos mortos é uma tradição que perdura desde o início do Cristianismo. "Dia de Finados não é uma data de tristeza, mas sim um dia para uma reflexão profunda sobre a vida", exortou o bispo. 

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