BAGÉ WEATHER

Repercussão

Entidades comemoram o Estado livre da febre aftosa sem vacinação

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Gedeão Pereira disse que data é histórica

O reconhecimento do Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso como zonas livres da febre aftosa sem vacinação foi amplamente comemorado por autoridades e por grandes e pequenos produtores nessa quinta-feira, considerada histórica.

O Rio Grande do Sul, junto com os outros estados, recebeu a concessão de certificado de área livre da febre aftosa sem vacinação. O ato foi oficializado ontem na 88ª assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A conquista histórica repercute em todo o Rio Grande do Sul, especialmente pelas fronteiras que serão abertas para as carnes gaúchas a partir deste novo status sanitário, agora chancelado pela maior autoridade de sanidade animal no mundo. O governo gaúcho projeta que a proteína animal produzida no Estado consiga, agora, alcançar 70% dos mercados até então fechados. Além disso, a pecuária gaúcha poderá fortalecer sua presença em países que já compram a carne brasileira. A expectativa é que este novo patamar sanitário gere resultados positivos para toda a agropecuária, uma vez que o setor de grãos também precisará atender a demanda da cadeia de proteína animal. "É um dia de celebração, mas é, também, um dia de reforçar nossos compromissos, o entendimento da responsabilidade que passamos a ter, em especial no momento em que nos tornamos um Estado livre de febre aftosa sem vacinação. Para que o Brasil possa avançar nesse status sanitário, de acordo com o que foi apresentado, é um trabalho de muito tempo, muito planejamento, muita responsabilidade", falou o governador Eduardo Leite.

A secretária de Agricultura, Silvana Covatti, discorreu como uma conquista histórica para o Estado depois de 20 anos de espera. "Vamos expandir a exportação da carne gaúcha para diversos novos mercados. Os produtores ganham, os gaúchos ganham, pois isso vai gerar mais emprego e renda em nosso Estado", comemorou.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, destacou o que representam em âmbito nacional os certificados para o Rio Grande do Sul e mais dois estados. "São 44 milhões de cabeças de gado, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino em zonas livres. Quase 50% da suinocultura e 58% dos frigoríficos de abate estão em regiões com esse novo status sanitário", disse.

Marco na agropecuária

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, pontuou que é uma data histórica e que a conquista vai beneficiar outras duas cadeias importantes para o Estado. "É verdade que a suinocultura, principalmente dos estados do Sul, como a avicultura, que nada tem a ver com a aftosa, também se beneficia do status sanitário, porque é um conjunto de medidas sanitárias relacionadas às atividades das três carnes que hoje invadem o mundo, tanto a suinocultura, como a avicultura, como a pecuária de corte brasileira", citou.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, comentou que o reconhecimento internacional é muito importante para a abertura de novos mercados, mas aumenta a responsabilidade do poder público em garantir a segurança sanitária do rebanho gaúcho. "Não podemos permitir que a aftosa retorne ao Estado, como já aconteceu antes. Precisamos estar vigilantes, e para isso é preciso aumentar os investimentos em fiscalização e orientação aos produtores rurais", frisou.

Dirigente pede vigilância

O presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, por meio de nota, afirmou que o reconhecimento por parte da OIE do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação para os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso representa um novo marco na pecuária brasileira. Segundo ele, resultado de anos de trabalho e de muita interlocução com o setor produtivo. "A Associação Brasileira de Angus entende que a tarefa de zelar pela segurança de nossos plantéis e pelo potencial genético acumulado em décadas de melhoramento é uma missão que precisa ser compartilhada entre produtores e órgãos públicos. Uma vigilância eficaz será primordial para que o Brasil colha os reais benefícios que se abrem com a chancela", acentuou.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, salientou que o novo status sanitário é um marco de evolução da agropecuária gaúcha. Entretanto, conforme o dirigente, é fundamental manter a vigilância presente.

Segundo Tang, este novo status de livre de aftosa sem vacinação mostra que o Rio Grande do Sul e sua agropecuária estão avançando para o futuro e evoluindo. "É uma agropecuária madura, que representa muito para o Estado, para o país e para o mundo. Claro que esperamos que os governos mantenham uma vigilância rígida sobre nossas fronteiras, haja vista que temos fronteiras enormes com outros países", destacou.

O presidente da Gadolando explicou que o gado leiteiro tem um ciclo diferente do gado de corte, já que os animais não vão para o abate e tem uma vida mais longa e, assim, ficam sujeitos à enfermidade. "Por isso, se tivermos um problema sanitário, poderemos perder uma genética de anos e vai todo o lucro cessante dentro de uma propriedade, pois temos coletas diárias de leite. Abatendo a nossa matriz não temos remuneração", enfatizou, acrescentando que será necessário um plano de indenização em caso de abate. 

Remates das raças Hereford faturam mais de R$ 6 milhões Anterior

Remates das raças Hereford faturam mais de R$ 6 milhões

Exposição das raças Hereford e Braford conta com 300 animais Próximo

Exposição das raças Hereford e Braford conta com 300 animais

Deixe seu comentário