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Estiagem

Farsul promove reunião para debater impactos da seca

Divulgação/Emater imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Produção de grãos foi afetada pela falta de chuva

Os reflexos da estiagem na economia do Estado e as medidas necessárias para minimizar esses impactos foram discutidos na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O encontro, que teve formato híbrido, contou com a participação do governador Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor. O deputado federal Afonso Hamm (PP) participou da reunião.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, abriu o encontro lamentando o atual cenário após uma safra anterior exitosa. "Ano passado alcançamos o posto de segundo estado produtor de alimentos, neste devemos cair para quarto", avaliou. "Temos que negociar para reduzir as perdas e ainda teremos um Plano Safra reduzido. Além disso, os custos aumentaram 50% e agora a Rússia invade a Ucrânia podendo impactar nos preços dos fertilizantes", completou.

Pereira considera que a safra de inverno possa ser favorecida pelas previsões de uma manutenção do fenômeno climático La Niña até o final do ano. Além disso, o surgimento de um conflito no Leste Europeu pode impactar no preço do trigo. "Porém, temos que encontrar um caminho para que o agricultor se mantenha viável", disse.

Impactos na economia

O economista-Chefe do Farsul, Antônio da Luz, apresentou um levantamento feito pela entidade sobre o impacto da estiagem na economia gaúcha. "Este choque vai reverberando em toda economia. Dos 67 anos setores que a formam, 63 são afetados diretamente. A perda equivale a 4,31 vezes a capacidade de armazenamento da Fecoagro. No total, serão R$ 115,7 bi a menos, uma queda de 8% do PIB sendo", explicou.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) vem trabalhando na busca por soluções para os estados afetados pela seca ou pelo excesso de chuvas, conforme explicou o diretor técnico da entidade, Bruno Lucchi. A estimativa da CNA é que sejam necessários entre R$ 2,9 bi e R$ 3 bi para o Plano Safra. O desafio está em conseguir esses recursos. Conforme Lucchi, são duas ações pincipais trabalhadas pela CNA atualmente. A primeira é a sensibilização do relator-geral do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira para a recomposição do orçamento do crédito rural. A outra é uma Medida Provisória para crédito suplementar que não fure o teto de gastos.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Bastos Filho, comentou que o trabalho atual está em conseguir realocar valores de outros ministérios para garantir recursos que cubram as renegociações e viabilizam o crédito para a próxima safra.


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