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REUNIÃO DO GOVERNO E CONGRESSO DÁ UM 'ARREPIO'

Para os mais antigos, ou seja, para mim, certas coisas ainda causam arrepio. Uma delas, como não poderia deixar de ser, são as reuniões do governo com o Congresso, hoje majoritariamente formado pelo ‘Centrão’. Como já se sabia, o time foi reforçado e acabou ganhando a eleição da presidência das duas Casas. Mas o governo não se entregou. Ao perceber que perderia o comando das duas Casas Legislativas, pediu a seus correligionários que ocupavam cargos no governo que se licenciassem, voltassem ao Legislativo e votassem na chapa que iria vencer, ou seja, na oposição. Mas ninguém ‘prega um prego sem estopa’. Convidou os eleitos para comparecerem ao Palácio para uma conversa. A eleição e posse ocorreram no sábado, primeiro de fevereiro, e a reunião aconteceu na segunda-feira, dia três. O governo foi rápido no gatilho.  

Após a reunião de segunda-feira, os presidentes da Câmara e do Senado saíram falando bonito, afirmando que o país precisa crescer e resolver os problemas cruciais que afetam o povo brasileiro. Essa é uma das etapas que, se concretizada, vai ‘esnucar’ o STF com uma advertência que, para mim, foi direta. Interpretei como sendo ‘cada macaco no seu galho’. Ou seja, os três poderes têm que se alinhar para o bem do Brasil. Para mim, foi uma advertência direta. Para outros, pode não ter sido. Mas onde está o ponto que me arrepiou? Simples: as emendas parlamentares são votadas pelo Legislativo com recursos do seu orçamento e devem ser pagas nos prazos estabelecidos. O Supremo não tem que se meter.  

Conclusão: se governo e Congresso estão alinhados e acertaram as bases para a aprovação de projetos, mesmo que não sejam de interesse público, há algo por trás. Ninguém vai cobrar do governo a redução dos gastos que estão consumindo as finanças públicas e aumentando a inflação. O aumento dos combustíveis eleva a inflação e, consequentemente, há necessidade de aumentar os juros. Ou seja, ‘se correr, o bicho pega; se parar, o bicho come’.  

Oposição na Câmara preparada para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro  

A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma nova tentativa de reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), proibido de concorrer a cargos eletivos até 2030, e habilitá-lo para a disputa presidencial de 2026. Após entraves no projeto de lei que pretende anistiar os extremistas do 8 de Janeiro, os opositores se mobilizam pela aprovação de um projeto de lei complementar (PLP) de autoria de Bibo Nunes (PL-RS) para mudar a Lei da Ficha Limpa. A proposta foi protocolada em julho de 2023, logo após o primeiro julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que condenou Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade. O texto do deputado gaúcho reduz o tempo da pena de inelegibilidade de oito para dois anos. Segundo a justificativa apresentada, o período proposto "é uma sanção mais do que suficiente para os fins que se almeja com a inelegibilidade". Além do autor, 72 deputados federais assinam a medida como coautores.  

A proposta está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, sob a relatoria do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que ainda não apresentou um parecer. O colegiado, que analisa a admissibilidade jurídica de projetos de lei e é considerado o mais importante da Casa, elegerá neste mês um novo presidente. Atualmente, a comissão é comandada por Caroline de Toni (PL-SC). Ao portal O Antagonista, Bibo Nunes afirmou que a medida "não é um projeto casuístico". "Oito anos é um absurdo. Não tem o porquê", disse o parlamentar.  

O Supremo Tribunal Federal (STF) já responsabilizou 898 pessoas pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, segundo relatório divulgado pelo gabinete de Alexandre de Moraes em janeiro. Então, será que irão acolher o pedido?  

A anistia aos envolvidos no ataque aos Três Poderes é uma das bandeiras de Bolsonaro, que estima que uma versão ampliada do projeto da anistia possa anular suas condenações na esfera eleitoral e habilitá-lo para a eleição presidencial de 2026.  

Em entrevistas, Bolsonaro reafirma que é candidato na próxima eleição, ainda que acumule duas penas por inelegibilidade e evite responder se acredita, de fato, que poderá revertê-las a tempo da próxima disputa presidencial.  

O projeto de lei da anistia aguarda a criação de uma comissão especial da Câmara. Os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmaram que não se opõem a pautar a proposta, mas ressaltam que a medida divide opiniões dos congressistas, o que pode dificultar sua aprovação.

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