A estiagem no Rio Grande do Sul tem gerado um crescente número de municípios em situação de emergência. Até o momento, 40 cidades decretaram emergência devido à falta de água, o que afeta diretamente a agricultura, a pecuária e o abastecimento de água. Esse cenário ocorre apenas oito meses depois das graves enchentes que marcaram a história do Estado. As áreas mais atingidas incluem Santa Maria, que recentemente declarou emergência, enfrentando grandes perdas nas lavouras e na pecuária, com prejuízos estimados em R$ 67 milhões.  

O município sofre com a escassez de água e a destruição de lavouras de milho e soja, além de afetar a produção de leite e carne. Para minimizar os danos, a Defesa Civil tem distribuído água para famílias da zona rural, com a entrega de 100 mil litros diários em diversas localidades, atendendo a 742 famílias. A situação de emergência tem se espalhado por outras cidades, com municípios como Mata, São Pedro do Sul e Entre-Ijuís também decretando emergência.  

A tendência é que o número de municípios afetados pela estiagem continue a crescer, à medida que prefeitos de outras cidades estão recorrendo ao decreto de emergência. Restinga Sêca, por exemplo, já iniciou o levantamento de dados para a formalização de seu decreto, com a previsão de assinatura nos próximos dias. Em Venâncio Aires, a situação é igualmente preocupante, com a utilização de dois caminhões-pipa para abastecer a população, mesmo após algumas chuvas.  

Vai se agravar 

As previsões meteorológicas indicam que a situação não deve melhorar a curto prazo. O cenário para fevereiro aponta chuvas irregulares, com áreas de instabilidade que podem gerar precipitações fortes em algumas regiões, enquanto outras poderão continuar com volumes baixos de chuva. A situação é preocupante, pois as chuvas não têm sido suficientes para reverter o déficit hídrico, e a previsão é de um mês de fevereiro marcado por intenso calor e chuvas mal distribuídas.