INSS inicia reembolso de descontos ilegais a aposentados e pensionistas
Haddad reage à tarifa dos EUA e defende diálogo

O ministro da Fazenda defendeu a união entre o governo e o setor produtivo para reverter a alíquota de 50% imposta pelo governo Trump sobre produtos brasileiros. "A única explicação é de caráter político envolvendo a família Bolsonaro", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a nova tarifa aos produtos brasileiros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “eminentemente política” a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo ele, a medida não tem justificativa econômica, já que os EUA registram superavit comercial com o Brasil. “Como todos sabem, é superavitário em relação à América do Sul como um todo, e ao Brasil também. Nos últimos 15 anos, nós tivemos um déficit de bens e serviços de mais de US$ 400 bilhões com os EUA. Então, não há racionalidade econômica na medida que foi adotada”, defendeu o ministro nesta quinta-feira (10/7), em entrevista ao canal de mídia independente Barão de Itararé. Na avaliação do chefe da pasta, a situação é considerada "insustentável" para os dois países. Ele afirmou ainda que o Itamaraty vai conseguir reverter a situação por meio dos canais diplomáticos. “Não faz o menor sentido para as tradições diplomáticas brasileiras um país que tem 200 anos de relação econômica com o Brasil ter esse tipo de atitude”, disse o ministro.
Haddad também apontou a participação da família de Jair Bolsonaro no episódio e afirmou que há um golpe em curso contra o Brasil, articulado pela extrema-direita, com o objetivo de livrar o ex-presidente de uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. “A única explicação é de caráter político envolvendo a família Bolsonaro. Isso não é uma acusação infundada. O próprio Eduardo Bolsonaro disse a público que, se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar, fazendo nós acreditarmos que esse golpe contra o Brasil, contra a soberania nacional, foi urdido por forças extremistas de dentro do país.”
“Tiro no pé”
Na carta publicada nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condena o tratamento que Bolsonaro vem sofrendo na Justiça brasileira, o qual ele considera “uma desgraça internacional”. Analistas consideram a atitude do presidente como uma tentativa de interferência indireta nas instituições democráticas do país, para livrar o ex-presidente de uma possível condenação.
Agora vem mais brasa para o churrasco. Leia: Tarifas de Trump são 'megalomaníacas' e não afetam tanto quanto ele espera o Brasil, diz Nobel. O ministro da Fazenda, durante a entrevista nesta quinta, ainda disse acreditar que o “tiro vai sair pela culatra” e que até os próprios aliados de Bolsonaro vão reconhecer que a estratégia foi errônea, por prejudicar o crescimento econômico do país e, possivelmente, causar impactos maiores na inflação. “Até a extrema-direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um enorme tiro no pé, porque está prejudicando o principal estado do país, justamente o estado de São Paulo. É o suco de laranja de São Paulo, são os aviões produzidos pela Embraer, que é uma conquista histórica da tecnologia brasileira”, disse.
Tarcísio “errou muito”
Sobre a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que condenou a omissão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em negociações diplomáticas com os EUA, ao invés de criticar a carta de Trump, Haddad disse que o líder do Executivo paulista e aliado de Bolsonaro “errou muito” e que, no Brasil, não haveria espaço para “vassalagem”.
“Então, o que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico, sem nenhum fundamento político. Então, eu creio que foi um dia ruim e vamos ter que encontrar um caminho para superar e esquecer que ele aconteceu, para a boa relação entre dois povos que se gostam”, destacou o ministro.
Disse mais ao defender a união. Haddad também defendeu a união do governo com o setor privado — incluindo o agronegócio, a indústria e demais segmentos produtivos — e ressaltou que este não é o momento para “discriminar ninguém”. “Pelo contrário, nós já estamos procurando o presidente Lula e eu creio que esse tiro no pé vai ser revertido, porque ele é insustentável”, completou.
Então usem a diplomacia e tentem conversar com o governo americano. Ao mesmo tempo, liberem recursos para a produção primária e incentivem a indústria. Não posso esquecer: tá precisando de dinheiro? Então é simples — diminuam a máquina pública e incentivem a produção. Entendido?
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