Tornar Clarice Lispector acessível a todos os públicos, sem abrir mão da complexidade e da profundidade que marcam sua obra, foi o desafio assumido pela artista visual gaúcha Graça Craidy na exposição Clarices. A mostra chega a Bagé no dia 4 de junho, às 18h30min, com abertura na Casa de Cultura Pedro Wayne, onde permanecerá até 30 de junho, com visitação gratuita de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sem fechar ao meio-dia.  

Depois de uma trajetória bem-sucedida por cidades como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói e Brasília — somando milhares de visitantes —, a exposição desembarca em Bagé como mais uma oportunidade de aproximar o universo da autora modernista de um público ainda mais amplo e diverso.  

Composta por 19 retratos de Clarice Lispector, pintados em acrílica, aquarela e pastel oleoso, todos no formato 100 x 70 cm, a coleção revela uma espécie de “biografia pictórica” da autora. Cada obra expressa, por meio de uma linguagem expressionista, uma das muitas faces de Clarice: a jornalista e escritora, a mulher dividida entre o papel de esposa de diplomata e o desejo de autonomia, a mãe de dois filhos, a imigrante judia ucraniana, a amiga fiel das irmãs, e a tutora do inseparável cão Ulisses.  

“Por isso o nome da exposição é Clarices, no plural”, explica a artista. “Porque ela era muitas em uma só, e cada imagem retrata uma dessas dimensões”, completa.  

Graça Craidy acredita que a exposição toca o público de diferentes idades, origens e níveis de escolaridade. “Estou realizada, porque acho que a exposição cumpre seu objetivo de trazer para mais perto das pessoas aquela que, com seus estranhamentos e epifanias, é a maior escritora brasileira modernista, reconhecida internacionalmente”, afirma. “Embora Clarice Lispector tenha partido há 47 anos, sua obra jamais perderá a atualidade, pois trata das questões mais profundas da alma humana", pontua.  

O impacto da exposição não passou despercebido. Em Porto Alegre, a então secretária de Cultura Margarete Moraes chegou a declarar: “Você deve expor no MoMA, no Grand Palais, no CaixaForum Barcelona, no mundo todo. Tua obra é única, me emociona”.  

A Casa de Cultura Pedro Wayne fica na avenida Sete de Setembro, 1001. A entrada é gratuita.