BAGÉ WEATHER

LIÇÕES DO SUL PARA A CRISE CLIMÁTICA

imagem ilustrativa

Fugindo um pouco do noticiário que se concentra na escolha do novo Papa, hoje vamos tratar, de novo, do desleixo das autoridades que esquecem rápido das tragédias, tão logo a mídia esquece, também, de provocar sobre o tema. Pois domingo, no Correio Braziliense, li uma matéria sobre um ano de tragédia que não tem um dia de solução. Um detalhe importante: a montanha de dinheiro e gêneros alimentícios que o mundo para cá enviou — nem sequer prestaram contas. Eu, por exemplo, não sei em que conta depositaram a "grana". Quem está cuidando? Quem está prestando contas? Afinal, não é um dinheiro público, mas sim do povo residente em diversos países. Aqui o tema deixou de ocupar a mídia. Ou a mídia se desinteressou de continuar informando. Então, vou colar uma matéria do CB, para sua análise: 

“Há poucos dias, uma das maiores tragédias climáticas do Brasil completou um ano. Doze meses após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, são muitos os desafios que se acumulam. Apesar dos esforços do poder público nas esferas federal, estadual e municipal, e da sociedade civil, boa parte dos trabalhos se concentrou na reconstrução de tudo que foi destruído pelas águas. Mas ainda é praticamente inexistente o trabalho preventivo a novas ocorrências extremas, especialmente em um contexto de emergência climática. Um relatório divulgado na semana passada pela Agência Nacional de Águas (ANA) confirmou que as enchentes de 2024 foram o maior desastre natural da história do Rio Grande do Sul e um dos mais graves do país. Segundo o documento, nunca houve no Brasil um registro de chuvas com tamanha duração, intensidade e abrangência como as que ocorreram no território gaúcho. O desastre provocou 183 mortes, afetou mais de 2,4 milhões de pessoas, atingiu 478 municípios e provocou abalos profundos na economia local. Mais do que relatar os danos provocados no passado recente, o estudo da ANA antecipa um alerta. A agência afirma que o Sul do Brasil é a região mais vulnerável a cheias extremas. Projeções matemáticas preveem aumento de até 20% nas vazões máximas, e fenômenos como o ocorrido em 2024 têm cinco vezes mais chance de se tornarem mais frequentes na região. Em termos de políticas públicas, a tragédia do Rio Grande traz apontamentos relevantes que precisam ser adotados daqui por diante. Os projetos de infraestrutura e os sistemas de prevenção devem levar em conta o extremismo climático atual, e não mais os registros ocorridos nas últimas décadas. 

Em que pese o caráter extraordinário das enchentes do ano passado no estado gaúcho, está evidente que o Brasil deve revisar toda a discussão a respeito dos impactos ambientais sobre a população, particularmente nos centros urbanos, onde ela está mais concentrada. Uma constatação importante sobre o descompasso entre a realidade e o ideal é avaliar o que foi feito até aqui no epicentro da tragédia, um ano depois. Em entrevista à Agência Brasil, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), relatou o drama habitacional que permanece na capital gaúcha. Segundo ele, mais de 9 mil laudos emitidos pela prefeitura constataram a perda de casa. Essas pessoas podem recorrer a programas federais, como o Minha Casa Minha Vida, obter financiamento e conseguir readquirir uma moradia. Outra alternativa é o Aluguel Social, que oferece uma ajuda mensal de R\$ 1 mil a 3,5 mil pessoas. Em relação ao governo federal, o ministro da Integração Regional, Waldez Góes, destacou na semana passada os R\$ 111 bilhões providenciados pelo governo federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul. E ressaltou a existência de um fundo de R\$ 6,5 bilhões para reconstrução e ampliação de sistemas de proteção. Passado um ano da catástrofe, é evidente que o Rio Grande do Sul ainda está em posição vulnerável. É dever do Estado colher as lições de 2024 e definir ações que mitiguem situações climáticas extremas, não só no Sul, como em outras regiões do Brasil. “O povo não entende o que é federal, estadual, municipal. Ele quer ver isso ser resolvido. A crise nos traz dores e perdas, mas nos traz a oportunidade de fazer um Rio Grande melhor”, acredita o prefeito Sebastião Melo, reeleito em Porto Alegre, apesar da tragédia.” 

Vai acontecer o mesmo de sempre: "até a próxima". 

LIÇÕES DO SUL PARA A CRISE CLIMÁTICA Anterior

LIÇÕES DO SUL PARA A CRISE CLIMÁTICA

ATO DE BOLSONARO É LEGÍTIMO, AFIRMOU MARCO AURÉLIO, EX-COMPONENTE DO STF Próximo

ATO DE BOLSONARO É LEGÍTIMO, AFIRMOU MARCO AURÉLIO, EX-COMPONENTE DO STF

Deixe seu comentário