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Operação Mavick

Polícia Civil desmonta esquema de lavagem de dinheiro

Divulgação Polícia Civil - Ação mobilizou 350 policiais em sete Estados

Uma megaoperação da Polícia Civil, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas - DRACO, de Bagé, batizada de "Mavick", mobilizou 350 policiais civis em sete Estados do país para desmantelar uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas e a uma organização criminosa.

A operação resultou em quatro prisões preventivas, a emissão de 70 mandados de busca e apreensão, e a ordem de bloqueio de mais de R$ 18 milhões em bens e contas bancárias.

Os mandados foram cumpridos em 32 cidades, distribuídas em sete Estados. Vinte carros foram apreendidos e 63 contas bancárias de "laranjas" foram bloqueadas.

As investigações, conduzidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de Bagé focaram no núcleo financeiro do grupo.

De acordo com as investigações, os quatro principais investigados são T.R.L.F, líder do grupo criminoso e atualmente na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC); L.A.N, um fornecedor de drones, residente em Santa Catarina; sua companheira, D.C.A, e A.M.M, operadora financeira do grupo.

Laboratório de refino de drogas

A operação começou com a informação de que o grupo estava planejando instalar um laboratório de refino de cocaína em Bagé. Uma operação policial em novembro de 2023, visando desmantelar o laboratório, apreendeu telefones celulares de suspeitos, que continham evidências da associação criminosa.

Meses depois, em março de 2024, uma nova investida policial "estourou" o laboratório, resultando na prisão em flagrante de cinco indivíduos e na apreensão de uma prensa para cocaína, além da droga refinada, material químico para "dobrar" o volume de entorpecentes e 11 telefones celulares novos, que seriam enviados para dentro do sistema prisional com o uso de drones.

Drones e a movimentação financeira

A investigação revelou que L.A.N., proprietário de uma empresa de manutenção de drones em Itajaí, Santa Catarina, estava no centro de um esquema sofisticado. Ele recebia drones de membros do grupo para manutenção e adaptação de braços articulados para transportar drogas e celulares para dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).

A quebra do sigilo bancário dos investigados demonstrou que o trio movimentou mais de R$ 18 milhões de forma "absolutamente incompatível com seus rendimentos".

De acordo com a polícia, L.A.N. tem uma renda mensal de cerca de R$ 2,8 mil, d movimentou mais de R$ 10,1 milhões em suas contas bancárias. Já D.C.A, sua companheira, movimentou R$ 5,1 milhões. A.M.M, que é empregada doméstica e já esteve presa, movimentou mais de R$ 2,9 milhões.

Além dos quatro principais investigados, a polícia identificou centenas de outras pessoas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro. As 63 contas bancárias de "laranjas" foram bloqueadas, com valores entre R$ 30.000,00 e mais de R$ 200.000,00, a fim de garantir a descapitalização da organização criminosa.

"Aliança Sombria"

Em julho de 2025, a investigação da DRACO ganhou um novo capítulo com a deflagração da operação “Aliança Sombria”. Essa fase da operação focou no combate à corrupção no sistema prisional. T.R.L.F. cooptou um policial penal que fazia a entrada recorrente de celulares e drogas na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).

Segundo as investigações, ele recebia propina para facilitar o acesso dos detentos aos aparelhos.

Como medida cautelar, o policial penal foi imediatamente afastado das suas funções, e suas contas bancárias e bens foram bloqueados. As movimentações financeiras do servidor chamaram a atenção, totalizando mais de R$ 2,3 milhões em apenas dois anos, um valor incompatível com seus vencimentos.

As investigações também identificaram transferências bancárias que comprovam o pagamento de propina, feito por intermediários do grupo e utilizando contas de terceiros.

Bens e endereços da operação

Como parte da "Operação Mavick", foram apreendidos 20 carros e outros bens. O valor total dos bens e contas bancárias bloqueados é de R$ 18.188.133,67.
Os 70 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 32 cidades de 7 estados, dentre elas:
Rio Grande do Sul - Bagé, Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Lajeado, Campo Bom, Esteio, Charqueadas, Caxias do Sul, São Jerônimo, Pelotas, Montenegro, Uruguaiana. Santa Catarina - Itajaí, Navegantes, Joinville, Barra Velha. São Paulo - Osvaldo Cruz, São Bernardo do Campo, Cotia. Paraná - Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Maringá, Colombo. Bahia - Salvador. Rio de Janeiro - Itaboraí. Pernambuco - São Lourenço da Mata.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), Cristiano Ritta, a Operação Mavick investiga uma organização criminosa responsável pelo ingresso de telefones e drogas na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.

Ritta disse que o grupo criminoso é investigado nessa fase da Operação Mavick pela lavagem de dinheiro, onde foram movimentados mais de R$ 18 milhões, e a investigação identificou que o dinheiro era proveniente de diversos Estados do país, onde os criminosos preparavam os drones para que pudessem voar em áreas restritas e adaptavam as estruturas dos drones para colocar drogas e celulares dentro da penitenciária.

Conforme o delegado, o principal líder da organização foi identificado, já estava preso em Charqueadas e foi preso preventivamente. Já o líder responsável pelo modal de drones foi preso preventivamente em Santa Catarina. Ao todo, a ação ocorreu em mais de 30 cidades de vários Estados, onde foram feitos bloqueios de contas bancárias, sequestro de bens e valores e apreensão de veículos.

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