Receita começa a receber declarações do Imposto de Renda 2025
Outro analista político, Luiz Carlos Azedo

Colo parte de sua coluna que mostra alguns lados da preparação para a eleição à presidência da República em 2026. Tudo começou com a troca de ministros. Quem foi "torrado" foi a ministra da Saúde. Leia e analise:
“Com Gleisi e Padilha, Lula aponta o rumo da estratégia eleitoral. O presidente sonha com o filho 03 de Bolsonaro no segundo turno. Nas entrelinhas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou, ontem, os novos ministros Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais, e Alexandre Padilha, na Saúde, em cerimônia no Palácio do Planalto prestigiada pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de outras lideranças do Congresso. Dois discursos foram importantes: o de Nísia Trindade, ao passar o cargo ao novo ministro da Saúde, no qual registrou com veemência a campanha misógina que sofreu quando estava à frente da pasta; e o de Gleisi, ao pontuar que vai se empenhar no apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja política econômica sempre criticou quando presidia o PT. Padilha fez um discurso cuidadoso com a antecessora, criticou o negacionismo e foi enfático na defesa das campanhas de vacinação.
Entre as prioridades do governo no Congresso, a principal bandeira de Lula, de olho nas eleições de 2026, são as mudanças no Imposto de Renda: a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento para quem recebe mais de R$ 50 mil, principalmente. A ideia é tirar dos ricos para dar aos mais pobres, cujo objetivo é melhorar o perfil de distribuição de renda e, também, a popularidade do presidente. Essa é a principal missão de Gleisi neste ano, ao assumir a articulação política do governo, além da tarefa imediata de aprovar o Orçamento da União de 2025. O problema é combinar com senadores e deputados. A isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, com uma narrativa mais agressiva tanto de Lula quanto de Gleisi, é tangível politicamente, porque o Congresso se sentirá pressionado pela sociedade. Já o aumento da cobrança de impostos para os que ganham acima de R$ 50 mil, por mais justo que seja socialmente, dificilmente terá apoio parlamentar para ser aprovado. Seria como convidar o peru para a ceia de Natal. Esse é um cenário macroeconômico muito ruim, porque terá impacto negativo na arrecadação do governo federal. A reação do mercado é a projeção de aumento do déficit fiscal em 2026.
Padilha administrará um orçamento de R$ 229,3 bilhões, dos quais R$ 90,46 bilhões estão empenhados e somente R$ 30,21 bilhões foram executados até agora, segundo o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU). A pasta é a mais cobiçada pelo Centrão, por causa das relações entre as políticas do SUS (Sistema Único de Saúde) e os lobbies da indústria farmacêutica e da medicina privada. Padilha é médico e já ocupou esse cargo no governo Dilma. O sucesso de Padilha pode alavancar a popularidade de Lula e a do próprio ministro, que é potencial candidato ao governo de São Paulo ou ao Senado, em 2026. Seus principais desafios são a falta de medicamentos no sistema, a dengue e os índices insatisfatórios de vacinação da população. Com interface com os governos estaduais e as prefeituras, trata-se do ministério de maior capilaridade do governo. O governo fala muito em ampliar as relações com o centro político no Congresso, mas as duas mudanças apontam noutra direção: a reprodução das alianças com os partidos de esquerda, que levaram Lula ao segundo turno nas eleições de 2022. Faz sentido, porque aliados do Centrão, com queda de popularidade de Lula, estão sinalizando que vão desembarcar do governo no primeiro turno”.
VOLTEI. Esta aí uma opinião de quem é perito no assunto. Se é isso que vai acontecer, ninguém aposta. Falta muito tempo e o objeto misterioso está sempre rodando na bolsinha.
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