Após chuvas
Situação dos reservatórios ainda é crítica em Bagé

Alex Rocha imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Previsão é de altos volumes para a região Sul
Mesmo com as chuvas registradas entre segunda-feira e a madrugada dessa terça, os reservatórios da cidade não apresentaram importantes sinais de recuperação. Assim, a cidade segue dividida em dois setores e, em dias alternados, cada um deles fica 15 horas sem abastecimento. A medida é necessária diante do déficit hídrico expressivo - o principal reservatório, a barragem da Sanga Rasa, registrou um acumulado de apenas 30 milímetros de chuva nos últimos dias e permanece com um déficit de 5,3 metros.
A barragem do Piraí também apresenta situação preocupante, com déficit de 3,3 metros, apesar dos 39 milímetros de chuva acumulados entre segunda e a madrugada de terça. A única exceção é a barragem Emergencial, que está cheia e chegou a verter água, com 36 milímetros registrados no período. Na Estação de Tratamento de Água, o volume de chuva foi ainda menor, com um acumulado de apenas 28,7 milímetros.
Região
A estiagem afeta toda a região - outros municípios também enfrentam horas de racionamento. No entanto, algumas cidades vizinhas receberam volumes de chuva maiores do que Bagé. Em Santana do Livramento, os acumulados chegaram a 75 milímetros, enquanto Dom Pedrito registrou 47 milímetros e Caçapava do Sul, 40 milímetros, conforme dados da rede do Instituto Nacional de Meteorologia.
Próximos dias
Segundo a MetSul Meteorologia, o Rio Grande do Sul deve ter chuva nos próximos 10 dias, mas os volumes serão bastante variáveis. A previsão indica que deve chover mais nas regiões da Metade Norte e no Leste gaúcho, o que significa que a recuperação dos reservatórios da Campanha ainda depende de volumes mais consistentes e distribuídos. Enquanto isso, Bagé segue em alerta, e o racionamento permanece como medida necessária para garantir o abastecimento da população.
Alerta no litoral
Volumes muito altos de chuva devem atingir o litoral do Rio Grande do Sul nos próximos dias, com acumulados que podem representar de 100% a 200% da média histórica de abril em apenas dois a três dias. A instabilidade é causada por uma área de baixa pressão que se desloca para o oceano, favorecendo chuvas intensas na faixa costeira. As regiões mais afetadas devem ser do Litoral Norte até o extremo Sul, com destaque para Palmares do Sul, Tavares, Mostardas, São José do Norte, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, onde pode chover entre 200 milímetros e 250 milímetros ou mais.
O cenário preocupa devido ao risco de alagamentos, inundações em áreas rurais e próximas a lagoas, além da possibilidade de deslizamentos no Litoral Norte, especialmente em áreas da BR-101. Apesar do alerta para as cabeceiras do Rio dos Sinos, a MetSul considera baixo o risco de enchentes significativas na bacia, pois os volumes mais intensos devem ocorrer próximo ao mar, e as nascentes do Sinos ficam mais no interior. A maioria dos rios do Estado não será diretamente afetada, pois suas nascentes estão em regiões sem previsão de chuvas extremas.
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