A anistia está em queda de braço no Congresso

Tenho a dizer que tudo está sendo travado porque o STF está "travando" as emendas parlamentares, deixando para a moeda de troca, que ao final vai acontecer. Enquanto o presidente da Câmara sai a viajar na comitiva do presidente Lula, em busca de mercado para os produtos "plantados e colhidos" no Brasil, nada anda, porque depende de Hugo Motta, presidente da Câmara, colocar o projeto da anistia em votação. Então, tem que esperar sua volta ao Brasil para os trâmites continuarem. Depende dele.
Agora, a “cola” da matéria publicada no Correio Braziliense, no domingo, dia 6 de abril. Leia:
A queda de braço pela anistia no Congresso
Com Bolsonaro réu, o PL se articula para pressionar pela liberação dos extremistas do 8 de Janeiro dos crimes pelos quais foram condenados, o que beneficiaria o ex-presidente. O problema é que Motta não quer criar arestas com o STF. O partido de Bolsonaro espera o presidente da Câmara voltar da Ásia para intensificar negociações. (Crédito: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
O PL de Jair Bolsonaro quer partir para o tudo ou nada no Congresso para tentar aprovar o projeto de lei que anistia os golpistas do 8 de Janeiro e que pode, eventualmente, livrar o ex-presidente de uma possível condenação na Justiça por tentativa de golpe de Estado. Porém, tem pela frente uma barreira difícil de ser transposta: o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Isso porque ele não pretende se indispor com o Supremo Tribunal Federal por causa das emendas parlamentares, que não estão completamente liberadas pelo STF.
O partido de Bolsonaro tem se reunido, semanalmente, para alinhar a estratégia para pressionar Motta a votar um requerimento de urgência para trazer o tema à pauta do Plenário. Desde o início do mês, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), vem fazendo ameaças de obstrução das votações da Casa, enquanto a anistia não andar. Poder de fogo para isso ele tem: são 92 deputados, o que torna a legenda protagonista em qualquer negociação sobre projetos na Câmara.
A expectativa para a próxima semana é intensificar a articulação, como garantiram fontes do PL ao Correio. Isso porque Motta terá voltado do giro pela Ásia, pois integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve no Japão e está, agora, no Vietnã.
A pressa da oposição tem explicação: Bolsonaro tornou-se réu por tentativa de golpe, conforme decisão da Primeira Turma do STF, na quarta-feira. O ex-presidente vem insistindo que a anistia é uma questão humanitária, tanto que tem usado o exemplo da cabeleireira Débora Rodrigues, condenada a 14 anos de prisão por pichar a estátua da Justiça em frente ao STF, como uma constatação de que a Corte tem exagerado na dosimetria das penas.
Para reforçar o discurso da questão humanitária, Bolsonaro ganhou um aliado inesperado: o ministro Luiz Fux, do STF. Na sessão da Primeira Turma, na quarta-feira, ele considerou excessiva a punição imposta a Débora. Disse: “Por baixo da toga, bate o coração de um homem.”
“Vamos continuar nessa luta da anistia. Anistia é perdão, é passar a borracha. É fazer o Brasil voltar à sua normalidade. Não quero conflito, confronto. Quero o bem-estar do meu povo. Não tenho obsessão pelo poder. Tenho paixão pelo Brasil”, disse Bolsonaro, na coletiva logo após ter sido declarado réu pelo STF.
VOLTEI: vão se acertar. O convite ao Motta para viajar ao exterior junto ao Lula já mostra a tendência. Diminui um pouco o valor das emendas e Motta aceita o projeto e bota em votação. Simples, concordam ou não?
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