A bola da vez é a anistia de Bolsonaro

Samba-enredo dos mais complicados de forças opostas. Mas ninguém pode negar a paridade.
Vou ‘colar’ matéria de segunda-feira, 15/09:
Correio Braziliense traz os dois lados da anistia. Os que querem e os que não querem. Natural quando se trata de política e com dois nomes fortes em jogo.
Articulação pela anistia de Bolsonaro ganha força nesta semana.
O ex-presidente, devidamente autorizado pelo STF, foi escoltado por policiais na saída do hospital em Brasília, onde passou por intervenção cirúrgica. Parecia que nem havia sido condenado a 27 anos de prisão. Ou ele sabe algo que nós não sabemos ou entregou as armas e encerrou tudo que defendeu até agora. Eu fico com a primeira hipótese. Tal é o movimento por sua candidatura à presidência que ele, agora sim, está mais tranquilo.
Nesta semana, a articulação para a votação do projeto de lei de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso ganha o reforço do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que retorna a Brasília para participar das conversas em torno do assunto e visitar o ex-presidente.
O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) afirmou que os partidos União Brasil e Progressistas já estariam dispostos a apoiar a proposta. "A anistia deve ser pautada essa semana. Eu espero que sim", afirmou o parlamentar a jornalistas em frente ao Hospital DF Star, em Brasília, onde Bolsonaro passou por um procedimento médico para retirada de lesões na pele.
"Depois daquele voto do (ministro Luiz) Fux, que quebrou todos os argumentos, União, PP e vários partidos já estavam com vontade de colocar a anistia em votação", acrescentou. Além de criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que relatou o processo contra Bolsonaro, Lopes reforçou que a oposição continuará insistindo pela candidatura presidencial.
"Não existe meia-anistia. Nós não vamos desistir nunca. Jair Messias Bolsonaro é o candidato a presidente em 2026. Deixo bem claro isso", declarou. O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) também afirmou ao Correio que vai continuar lutando pela aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita. "Agora vamos combater a anistia 'light' proposta pelo Senado e insistir na anistia geral e irrestrita".
A condenação do ex-presidente transformou a pauta da anistia em teste decisivo para Tarcísio, que é um dos nomes cogitados pelo Centrão para ser ungido por Bolsonaro na corrida eleitoral do próximo ano. "Bolsonaro e os demais estão sendo vítimas de uma sentença injusta e com penas desproporcionais", disse o governador após a condenação.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tem pressionado para que a proposta volte a tramitar já nesta semana. A expectativa da legenda é de que o tema entre na pauta da reunião de líderes marcada para amanhã, sob a condução do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). "Acho que aí já não restam mais alternativas e o presidente (da Câmara) vai finalmente poder colocar na pauta na terça-feira e, quem sabe, a gente votar a urgência e mérito na quarta-feira", afirmou Sóstenes em entrevista coletiva, na semana passada. O ex-ministro do STF, Marco Aurélio Mello, defendeu a anistia.
A sentença do Supremo, considerada histórica, também atingiu outros sete réus acusados de participação em atos contra a democracia, incluindo generais de alta patente. O ex-presidente continua em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica.
Uma anistia ampla, para executores e planejadores do golpe, enfrenta resistência no Supremo e no próprio Congresso.
Hugo Motta mantém cautela, o que tem gerado apreensão na oposição por falta de previsão para votação.
Além disso, diferentes versões do projeto estão em discussão. No Senado, uma proposta mais restrita ganhou força, mas encontra resistência da oposição, que rejeita qualquer texto que não contemple diretamente o ex-presidente. Se, por um lado, a base bolsonarista cobra celeridade, por outro, ministros do STF e setores do Executivo trabalham para frear a tramitação.
O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) é autor do Projeto de Lei nº 4441/2025, protocolado no Senado, que busca evitar condenações coletivas em crimes contra a democracia. "Denúncias e sentenças genéricas não podem prevalecer", declarou ao Correio.
Na avaliação dele, a decisão que condena o ex-presidente Bolsonaro é "insustentável do ponto de vista jurídico". "Esse cenário reforça a urgência de debatermos a anistia. Além de representar justiça, essa medida contribuirá para a pacificação do país", disse.
E os leitores, o que pensam de tudo isso? Ou não querem saber?
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