A NOAA declarou o início do fenômeno La Niña em dezembro de 2024, mas os dados mais recentes indicam que uma transição para a neutralidade pode ocorrer antes do previsto. O último boletim da agência americana mostrou que a anomalia da temperatura do mar na região Niño 3.4 está em -0,3°C, dentro da faixa de neutralidade. Esse é o primeiro registro de neutralidade desde dezembro, e há possibilidade de que o próximo relatório confirme essa tendência, embora ainda não se possa decretar o fim da La Niña.   

O fenômeno La Niña, que entrou em seu terceiro mês, teve impactos significativos no clima, como a estiagem no Rio Grande do Sul, que prejudicou a safra de soja e milho. Em contrapartida, na região Niño 1+2, próxima à costa do Peru e Equador, as temperaturas estão acima da média, sem caracterizar La Niña, o que reforça que esse episódio tem um padrão diferente dos eventos tradicionais. O Peru tem registrado chuvas intensas devido ao aquecimento do mar, mas meteorologistas locais ainda não confirmam um El Niño costeiro.   

Quando 

As projeções indicam que a La Niña tende a perder força nas próximas semanas, com a transição para um estado de neutralidade. Segundo a NOAA, a probabilidade de neutralidade climática aumenta nos próximos meses, atingindo 70% no período entre abril e junho. Já para o inverno e primavera de 2025, as chances de La Niña voltam a subir gradualmente, mas sem consenso sobre a persistência do fenômeno.    

O fenômeno La Niña, destacou a MetSul Meteorologia, é caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial e influencia o clima global, alterando padrões de chuva e temperatura. No Brasil, a região Sul sofre com estiagens, enquanto o Norte e o Nordeste costumam registrar aumento nas precipitações. Além disso, há impacto nas temperaturas, com ondas de frio mais intensas e, ao mesmo tempo, maior probabilidade de calor extremo durante o verão.    

Aquecimento global

Nos últimos anos, o planeta tem registrado aumento nas temperaturas globais, e mesmo sob um evento de La Niña, a média térmica mundial segue elevada. Embora a La Niña historicamente reduza o aquecimento global, os impactos das mudanças climáticas têm levado a temperaturas mais altas do que as observadas em episódios anteriores.