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Edgar Muza

A democracia não esconde os fatos

Aos poucos o cidadão vai tomando conhecimento do que acontece no Brasil. Isso é efeito do sistema democrático. Agora, a decisão cabe sempre ao próprio cidadão. Nós temos a "arma" mais importante, que é o voto. Há quem diga que não sabemos usar de nosso direito para tentar mudar o "desrespeito reinante nos meios políticos". Cada deputado, senador, governador, prefeito e vereadores só exerce a função porque nós o elegemos. Isso sempre foi escondido enquanto vivemos regime de exceção. Agora, tudo vem à tona. A não mais de uma semana, abordamos a aprovação do orçamento em que consta o aumento "espantoso" das verbas de emendas parlamentares. Em plena pandemia. Quando a coberta é curta, tapa os pés e destapa a cabeça. O que vai sobrar de um lado vai faltar em outro. E isso não precisa ser cientista político, muito menos matemático, para concluir. O cidadão comum que vive (ou sobrevive?) de salário sabe disso em seu dia a dia. Pois bem, agora, além das verbas destinadas às emendas, nossos representantes deram mais um "salto" para garantir sua saúde e de sua família. Leiam com atenção, mas fiquem sentados: "Deputados terão direito a reembolso de até R$ 135 mil em gastos com saúde". A matéria divulgada pelo site "Contas Abertas" diz o seguinte: "Câmara aumenta em 171% valor do ressarcimento dos deputados de gastos com procedimentos médicos não cobertos pelo plano da Casa. Antes, a devolução era de, no máximo, R$ 50 mil. Mas, com o novo ato da Mesa Diretora, passa a ser de R$ 135,4 mil". Detalhe importante é que cada legislador tem seu plano de saúde e a câmara paga 420 reais por mês. E aqui é necessário esclarecer que todos os valores destinados ao poder Legislativo vêm do bolo de arrecadação nacional. É um percentual previsto na lei. Portanto, eles fazem o que querem com o dinheiro mensal que entra em seus cofres. A administração é de cada poder. Porém, e sempre tem um porém, o percentual não é sobre a arrecadação. É sobre o que prevê o orçamento de cada poder. Mesmo que a receita com impostos baixe, como é o caso atual, os poderes recebem o que está previsto no seu orçamento. Para se ter uma ideia, qualquer trabalhador que receba salário mínimo pode fazer a conta. É claro que nem todos recebem o salário, mas apenas como base para a reflexão. O mínimo atual é de R$ 1 105 em treze meses R$ 14 365. Cada deputado, só de auxílio saúde, poderá gastar 135 mil por ano. Fora os demais "penduricalhos" que, em anos passados, chegou a 170 mil por mês. No momento em que estamos precisando cada vez mais de investimentos na saúde geral da população, o poder Legislativo decide aumentar dois itens de seus "direitos" (emendas e auxílio saúde). Isso vai diminuir mais ainda os investimentos em outros setores importantes. Vai faltar dinheiro. O governo não quebra, ele emite os tais "papéis moeda", (ou moeda papel?). Isso, gente, causa a inflação e quem mais sofre, de novo, é a população. Temos que refletir fortemente na hora de votar. Só pode mudar o estado das "coisas" com nosso voto. Concordam?

ESSA NOTÍCIA É DEMAIS - SE FOR VERDADEIRA

Ontem, no jornal "O Dia", do Rio, tomei conhecimento de uma decisão, atribuída a facções de traficantes, que é no mínimo preocupante. Como é matéria de um jornal de grande circulação, é claro que seria insuspeita. Seria. Mas hoje em dia não dá para termos certezas da veracidade de alguns fatos divulgados. Leia a matéria e concluam: "Facções proíbem bailes em várias favelas no Rio para conter o avanço da covid-19. Traficantes 'comunicam' que está proibida a aglomeração para conter a disseminação do coronavírus. Ou vocês abraçam o papo ou o papo vai abraçar vocês". São reflexos que indicam, há muito tempo, a falta de autoridade, ou de ações governamentais, que acabam permitindo que os traficantes ocupem o lugar do Estado. Conclusão minha: Podem crer, não vai mais acontecer "aglomeração" nas favelas do Rio. Ou vai muita gente morrer de "balas", não de covid. Quem não respeitar o bicho vai pegar. É lei!


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