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Próxima eleição é um autêntico faroeste

Não digam que estou louco. Não estou — ou todo mundo está. Pelas composições engendradas pelos políticos profissionais, dá a impressão de que ninguém dá a mínima para os partidos políticos.

Ciro Nogueira anuncia punição a Fufuca, que decide permanecer no governo Lula. Mesmo sob pressão do PP e do União Brasil para deixar o ministério, o titular do Esporte mantém apoio ao presidente Lula e perde o comando da sigla no Maranhão. Acontece que existe um regulamento partidário que determina a autoridade do presidente do partido — qualquer um — de fazer respeitar a lei e o direito de cada presidente da sigla, que pode suspender a coligação engendrada pela presidência em cada Estado.

Agora repete-se o que aconteceu anos atrás, quando o líder do PP, brasileiro diga-se de passagem, era o Maluf. Pois bem: o candidato do PT (ou seja, de Lula) era o atual ministro da Fazenda, Haddad. Lula foi visitar Maluf em busca de união. Conseguiu, e não deu em nada. Deu tudo certo. Pois agora está acontecendo a mesma coisa. O ministro dos Esportes (PP), ex-partido de Maluf, está no governo Lula, por composição partidária, ou seja, a direção do PP concordou. São coligados.

O presidente é mais uma vítima dessa coisa chamada “vamos juntar os cobertores e tentar ganhar a próxima eleição”. Mas o atual ministro de Lula, na pasta, foi licenciado do mandato como deputado federal e, pelo PP do Maranhão, Fufuca já declarou apoiar o projeto de reeleição de Lula em 2026 (crédito: Ricardo Stuckert/PR). Lá no Maranhão, quem ainda tem seu nome respeitado é Sarney, que deve estar mais ou menos a par do que está acontecendo. (Mais ou menos?). Ele e Temer, ambos no MDB, estão montando o esquema para que Temer esteja na chapa que concorrerá contra Lula, enquanto pairar a inelegibilidade de Bolsonaro. Vai sobrar, é claro, para o Temer. Mas tudo tem plano B. Não se surpreendam com mais uma composição do PT com o MDB — e é aí que aparece Temer.

Pois bem, mas “Ringo não perdoa”. Leia: “O ministro do Esporte, André Fufuca, deverá continuar no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sob forte pressão de seu partido para deixar o posto. O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, anunciou nesta quarta-feira (8/10) que Fufuca será punido, perderá o controle do diretório da sigla no Maranhão, seu principal reduto eleitoral, e será destituído do cargo de vice-presidente nacional da legenda.”

Em nota, Ciro afirmou que “diante da decisão de desobedecer à orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”. Ele complementou que “a Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no Estado”, e que o PP “não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”.

Voltei — ah, é! Nutre sim. Já propiciaram ao Maluf uma declaração que até hoje tem ênfase entre os políticos. Quando da coligação anterior, Maluf declarou: “Agora somos todos iguais.” Lembram? Então, conclusão da história: para mim, estão preparando de novo o Temer como vice do Lula na próxima eleição. Pode mudar? Sim, depende da proposta. Se for vantajosa, claro que muda. Ou não?


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