Memória
Amarante, o baixinho bom de bola

Acervo Guarany - Amarante marcou apenas 13 gols com a camisa alvirrubra
Baixinho apenas na estatura, mas gigante na história do futebol bageense. O pedritense Dilson Lima Rodrigues, conhecido pelos torcedores como Amarante, é um dos nomes mais marcantes que já vestiram a camisa alvirrubra do Guarany Futebol Clube. Com 1,67 m de altura e um futebol refinado no meio-campo, Amarante defendeu o clube por sete temporadas consecutivas durante a década de 1960 — período em que consolidou seu nome entre os grandes ídolos do Estrela D’Alva.
Nascido em 6 de dezembro de 1945, em Dom Pedrito, Amarante chegou muito jovem ao elenco profissional do Guarany. Com apenas 19 anos, já integrava o time principal, estreando em 19 de março de 1964, em um amistoso contra o 14 de Julho de Livramento, que terminou com vitória alvirrubra por 1 a 0, gol de Válter. O responsável por lhe dar a primeira oportunidade foi o técnico Salvador Rubilar, um dos grandes formadores de talentos da época.
A partir daí, sua trajetória foi de crescimento constante. Em 1965, aos 20 anos, Amarante viveu uma temporada intensa, com 37 partidas disputadas, sendo 19 válidas pelo Campeonato Gaúcho da Primeira Divisão. Seu primeiro gol saiu logo na abertura da temporada, em amistoso realizado no Estrela D’Alva: vitória por 1 a 0 sobre o Pelotas. Pouco depois, balançou as redes pela primeira vez em competição oficial, na goleada por 4 a 1 sobre o Rio Grande, em 25 de julho, pelo Gauchão — quando os outros gols foram marcados por Storniol e Didi Pedalada (duas vezes). Naquele momento, o comando técnico estava a cargo de Rui Souza.
O ano de 1967 também ficou marcado como um dos melhores da carreira do meia, que atuou em 35 partidas e marcou cinco gols, dois deles em amistosos de destaque nacional: um no empate em 3 a 3 contra o Flamengo-RJ e outro no 1 a 1 diante do Palmeiras-SP — feitos que ajudaram a projetar o nome do Guarany além das fronteiras do Estado.
Em 1968, o Guarany acabou rebaixado após uma má campanha, e o retorno à elite era uma obrigação em 1969. E assim aconteceu: o Alvirrubro sagrou-se campeão da Divisão de Acesso, com Amarante participando de 14 jogos e marcando um gol, justamente contra o rival Bagé, na acachapante vitória por 6 a 1 no Estrela D’Alva. Também marcaram Zé Roberto, Toninho (2x), Abílio e Saulzinho. O técnico era Danilo Nigris.
Em 1970, seu último ano com a camisa alvirrubra, Amarante teve o gosto de disputar novamente a Série A, competição à qual ajudara a reconduzir o Guarany. Contudo, já não teve a mesma sequência das temporadas anteriores, atuando em apenas sete partidas antes de se desligar do clube.
Ao longo da carreira, Amarante também defendeu diversos clubes pelo Sul do Brasil, como Caxias, Avaí-SC, Joinville-SC, Juventude-SC, Cachoeirinha, Mafra-SC, Náutico de Rio Pardo e o rival bageense Bagé, somando passagens de destaque por todos eles.
No total, foram 163 partidas oficiais com a camisa do Guarany, além de 13 gols marcados — números que o colocam entre os jogadores com mais presenças registradas na história do clube.
Atualmente, há poucas informações sobre o paradeiro do ex-meia. Uma reportagem mais antiga apontava que ele residia no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Entretanto, há um perfil em rede social, com última postagem datada de 2019, em que o local de residência aparece como Dom Pedrito, sua terra natal.
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