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A BOLA ESTÁ ROLANDO, OS ‘CRAQUES’ SE POSICIONANDO, A ELEIÇÃO CHEGANDO

Futebol e política se confundem quando o tema é o poder. Às vezes, se misturam e formam o refrão do samba-enredo (não confunda com samba de enredo, temas de escolas de samba). É o que estamos sentindo agora, com a possibilidade da nomeação do indicado de Alcolumbre, presidente do Senado, para a área de comunicação. Indicação de Alcolumbre, presidente da Telebras, deve assumir Comunicações, diz matéria publicada ontem no Correio Braziliense (CB). Siqueira Filho é indicação de Alcolumbre e pode ser confirmado no cargo nesta quinta-feira — ontem, portanto — por Lula, após a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes. Nome técnico, o futuro titular da pasta substituirá Juscelino Filho, investigado por corrupção. Siqueira Filho entra e Juscelino Filho sai. Ele diz que pegou o boné; o governo diz que o exonerou. O presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, é o nome mais cotado para assumir o Ministério das Comunicações, que está sem titular desde a demissão de Juscelino Filho, suspeito de envolvimento em esquema de desvio de emendas parlamentares. A indicação dele foi apresentada, nesta quarta-feira, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Até o fechamento desta edição, o Planalto não tinha se manifestado sobre a escolha. A expectativa é de que a sugestão seja aceita e confirmada, principalmente porque Lula viaja a Roma à noite, para participar do funeral do papa Francisco. Alcolumbre se reuniu com Lula no Planalto pouco antes da cerimônia para envio da PEC da Segurança ao Congresso. Na conversa, apresentou o nome de Siqueira Filho. Ele é considerado um quadro técnico, não político. Além disso, é apontado como escolha pessoal de Alcolumbre, e não do União Brasil, cujo racha interno impossibilitou a formação de um consenso.  

A nova indicação ocorreu após mal-estar causado pela recusa do primeiro indicado da legenda, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA), oficializada na terça. Fernandes lidera a bancada da legenda na Câmara e avaliou que sua saída prejudicaria o entrosamento dos deputados do União Brasil, que vive disputa entre a ala defensora da participação no governo e a que quer se distanciar do Executivo. A recusa dele, porém, provocou constrangimento ao governo, que já havia confirmado Pedro Lucas como o próximo ministro, após uma reunião com Lula no Palácio da Alvorada.  

O Planalto até considerou retirar o ministério das mãos do União Brasil, mas decidiu não haver clima para contrariar uma sigla que detém uma das maiores bancadas do Congresso. A medida também causaria mal-estar com Alcolumbre, que conduz os trabalhos no Senado. Frederico de Siqueira Filho é formado em engenharia civil e atua há mais de 26 anos no setor de Telecomunicações, segundo seu perfil publicado no site da Telebras, 21 dos quais foram dedicados à empresa Oi. Ele não é filiado ao União Brasil, mas tem relação com parlamentares da legenda, como o próprio Alcolumbre. O perfil técnico do indicado também é bem-visto, por causa do prazo de desincompatibilização para ministros que queiram disputar as eleições em 2026. Um nome político com interesse eleitoral ficaria menos de um ano no cargo. A demora do União Brasil em definir um nome para a pasta tinha aumentado a especulação sobre uma possível redistribuição ministerial. O PSD, que integra a base do governo, passou a ser cogitado como alternativa para as Comunicações. Nesta quarta-feira, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, esteve no Congresso e foi questionado pelo CB sobre a possibilidade de o partido pleitear o ministério. Em tom diplomático, não descartou a hipótese: "O presidente Lula não nos procurou, mas, se houver essa possibilidade, na hora certa, nossos líderes — Antônio Brito, na Câmara; Otto Alencar e Omar Aziz, no Senado — que cuidam dessa relação com o governo, irão se posicionar". Kassab também destacou a relevância do partido dentro da base governista. "A gente sempre tem muita responsabilidade nessas conversas. Somos um partido que dá governabilidade ao governo, com independência para que os parlamentares estejam mais próximos ou mais distantes, conforme as circunstâncias de seus estados", disse.  

O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), reforçou que o partido está satisfeito com os ministérios que ocupa, mas lembrou de um pleito antigo, por uma pasta mais alinhada à atuação da bancada. "O que colocamos de forma clara ao governo é que, para contribuir mais, gostaríamos de trocar a pasta da Pesca por uma que tenha mais afinidade com a bancada". VOLTEI. Nenhuma novidade as matérias políticas sobre demissões e admissões. Para governar, se não tiver maioria no Congresso, não governa. Jogo duro como sempre foi. E nós pagamos a conta. Concordam ou não? 

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