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Entrevista

Álvaro Meira fala sobre trajetória no Guarany

Sérgio Galvani - Ex-presidente disse que o futuro do Guarany é agora

por Luciano Madeira 

​Quem nasce em Bagé tem só uma opção: ou torce para o Guarany ou para o Grêmio Esportivo Bagé, embora há quem diga que torce para os dois. Acontece que, quando tem o clássico Ba-Guá, o coração acaba falando mais alto para um dos times.

E foi isso que aconteceu com o advogado Álvaro Luiz Pimenta Meira, nascido em Bagé, que bateu um papo com o Folha do Sul sobre a sua trajetória no Guarany.

Ao ser perguntado como surgiu a paixão pelo Guarany, Meira disse que, na família do seu pai, entre seus irmãos, somente ele era Guarany. “Morávamos no bairro do Povo Novo e, depois, quando eu estava na faixa dos 10 anos de idade, fomos morar nas proximidades da Igreja da Catedral, onde passei a competir em equipes de futebol de salão (Corinthians e Zíngaros), cujas equipes eram compostas por jovens pertencentes à mesma zona da cidade. Com o futebol infanto-juvenil e depois juvenil, nosso grupo de jovens nos tornamos torcedores e frequentávamos o Estrela D’Alva; e, quando era para secar, íamos no rival", relata.

Álvaro Meira mencionou que, após essa fase da juventude, veio a faculdade, momento em que se dedicou bastante aos estudos, início da carreira profissional como advogado, mudança para Porto Alegre, onde fez escola para a magistratura, e acabou se instalando profissionalmente tanto na capital do Eatado quanto em Bagé, por quase uma década, período em que permaneceu afastado dos jogos do Guarany.

Ao retornar para a Rainha da Fronteira, se inscreveu em doutorado na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, que era um convênio que tinha com a antiga FUNBA, tornando-se difícil atender às exigências curriculares e às atividades na advocacia, o que o fez renunciar disso e se manter na advocacia.

"Heráclito Moreira (Tato) sempre foi apaixonado pelo Guarany e, além de inspirar e contagiar por sua veemência alvirrubra, resgatava todos os que pudessem participar; Jorge Kaé já era amigo por vínculos entre nossas famílias, o professor Mário Medina um abnegado incansável na composição de receitas para sobrevivência do Guarany e, assim, já com alguma capacidade financeira, fui resgatado, presenteado com mimos personalizados, restabelecendo minha presença no Guarany, onde passei a conviver com esse pessoal maravilhoso, que ainda está lá, como Cléo Coelho, Marcos Pizzarro, Ademar Batistela, Aid Shamma, Enilson Carioca, Luiz Felipe Alves e os comandos Leonardo e Eduardo, sem esquecer o saudoso e lendário major Segredo, sendo assim meu início na direção alvirrubra", detalhou.

"O mais chato"
Perguntado como foi a experiência de ter sido presidente, Meira respondeu que “tínhamos uma confraria no sítio do Marcos Pizzarro e as dificuldades financeiras sempre eram enormes, sendo que, no ano de 2011, o grupo decidiu que eu deveria ser presidente para o ano do bicentenário de Bagé e eu, por ser um homem de desafios, não recusei, somente fiz uma exigência: que Jorge Kaé fosse meu vice e que os demais antes nominados estivessem na diretoria. Talvez aí tenhamos iniciado o conceito de diretoria colegiada, que persiste até hoje, porque, naquela época, eu não era conhecedor dos melindres do futebol, mas me sentia seguro por meus pares.”

E continuou: "Diz o Tato que eu fui o presidente mais 'chato' que o Guarany já teve, inclusive com sineta nas reuniões, mas todos eram solidários nas obrigações financeiras, nas deliberações de grupos, na assunção de responsabilidades. O Adriano Gabiru, apesar de não fazer gols, ajudou muito no marketing e na composição de receitas, onde fizemos um Livro Ouro e visitamos pessoas, estabelecimentos comerciais e industriais importantes, fazendo um resgate financeiro que ajudou muito; e, ainda, por eu trabalhar na Urcamp, onde tinha carisma com meus colegas, conseguimos entre eles 100 adesões de R$100, o que totalizava R$ 10 mil por mês, ocasião em que colocamos o nome Urcamp como patrocinador máster. Assim foi o início na direção alvirrubra".

Desgaste
Para o ex-presidente, o pior momento do clube durante a sua gestão foi trabalhar com dificuldades de recursos, o que traz um desgaste muito grande. "Somente não fragmentam as amizades, mas o custo pessoal que cada um despendia sempre foi elevado. E, apesar de estarmos com as contas saneadas, o desgaste do quanto havíamos investido naquele ano de 2012 exigia, para o próximo exercício, a renovação entre nós daquele que ostentaria a nomenclatura oficial de presidente", disse. "Aí, lamento dizer, foi o pior momento à frente da direção, porque, apesar de entender que deveríamos dar continuidade, por consenso resolvemos que não iríamos concorrer, oportunidade em que se instalou no Guarany outra diretoria desprovida do sentimento do coletivo, que redundou em uma desastrosa gestão financeira, cujos custos de inadimplência deixaram um passivo a descoberto, comprometendo o trabalho dos anos subsequentes", completou.

Atual momento
Em relação ao atual momento vivido pelo Guarany, Álvaro Meira afirmou que o trabalho deve ter a continuidade dos últimos anos, "onde, com a chegada dos jovens Pedro Moura, Diego Segredo, Tiago Segredo, Enzo Cogoi, Fabrício Brum, Frederico Gomes, Farid, Felipe Móglia, Galvão Caminha, Márcio Muzza, Tiago Monteiro, Cléo Filho, Jorge Kaé Filho, Julia Kaé, assim como o seu filho Diogo, que se somam a nós outros, significa a verdadeira demonstração de que se trata de um clube imortal, com visibilidade nacional, onde as prospecções de marketing têm tudo para alavancar, fazer boas contratações e gerir, dentro das nossas possibilidades, a formação de atletas, através do Centro de Treinamento das Categorias de Base, propiciando atletas para a composição do elenco, capacitando-os também para o mercado da bola, gerando divisas, riqueza e solidez financeira, como arcabouço para, a cada ano, melhorar a nossa capacidade de mercado, oferecendo aos torcedores o melhor elenco de jogadores".

Sobre o futuro do clube, Meira disse que “o futuro é agora. Estamos na Série A do Campeonato Gaúcho, com vaga já garantida na Série D e, quem sabe, os Deuses do Futebol nos garantam, novamente, uma vaga na Copa do Brasil. Com todas essas possibilidades, estamos no lugar que merecemos, fruto de um trabalho de muita responsabilidade, seriedade, dedicação, comprometimento e, acima de tudo, muito preparo técnico, especialmente pelo Tato, Jorge e Cléo, que estão na direção principal".

Se espera um dia que Diogo, seu filho, seja presidente do Guarany, o ex-mandatário disse que seria uma bênção, uma honra, podendo afirmar que o simples convívio de Diogo com essa diretoria vitoriosa já trouxe para ele uma grande conquista, havendo participado de um curso sobre futebol interativo, com análise de desempenho, mercados, logística e noções gerais, o que já é um enorme avanço, especialmente em relação ao pai, "ao qual já supera em léguas no conhecimento".

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