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MUDANÇA MINISTERIAL PARA CUMPRIR PROMESSA

Não é novidade, não deveria ter a amplitude noticiária que está tendo, porque é o recurso que todo governo tem em mãos para conquistar a maioria no Congresso. A substituição da ministra da Saúde estava sendo cozida em fogo baixo há um bom tempo. O Correio Braziliense, ao se referir à substituição da ministra, a comparou à "pobre menina rica da Esplanada".    

A matéria que li diz o seguinte:    

"Na segunda-feira, em rede nacional de tevê, o presidente Lula destacou o programa Farmácia Popular, enquanto a saída de Nísia Trindade já era anunciada nos telejornais como certa. A ministra Nísia Trindade está sendo fritada sem dó nem piedade pelo PT."    

E aí vem a história da política misturada com música de grandes compositores. Leia:    

"Em 1963, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes produziram o musical Pobre Menina Rica, para o qual compuseram uma dúzia de canções, uma das quais intitulou a obra.   

Eu acho que quem me vê, crê   

Que eu sou feliz, feliz só porque   

Tenho tudo quanto existe   

Pra não ser infeliz   

Pobre menina tão rica   

Que triste você fica se vê   

Um passarinho em liberdade   

Indo e vindo à vontade, na tarde   

Você tem mais do que eu   

Passarinho, do que a menina."    

O Correio Braziliense tem também muitas letras, não só de sambistas, mas de músicos de gêneros diferentes. Pois bem, sigo colando parte da matéria do CB. Leia:    

"A ministra da Saúde, Nísia Trindade, é uma espécie de pobre menina rica na Esplanada. Está sendo fritada sem dó nem piedade pelo PT, para que peça demissão do cargo e abra caminho para que o petista Alexandre Padilha seja transferido da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, uma atividade-meio, para o comando da Saúde, ministério estratégico para as políticas públicas do governo.    

Com um orçamento de R$ 229,39 bilhões — dos quais R$ 90,46 bilhões estão empenhados e somente R$ 30,21 bilhões foram executados até agora, segundo o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) —, a pasta também é a mais cobiçada pelos políticos do Centrão. Essa dança das cadeiras na Esplanada pode coincidir com o Carnaval. Nos bastidores do Palácio do Planalto, comenta-se que o presidente Lula teria avisado aos aliados que pretende mesmo substituir a ministra.    

A reforma ministerial acomodaria no Planalto a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, cotada para ocupar a Secretaria-Geral da Presidência, que cuida das relações com os movimentos sociais. Há também uma forte articulação no Congresso para que o deputado federal Isnaldo Bulhões Junior (MDB-AL), ligado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ocupe o lugar de Padilha.    

O cacife de Gleisi é ter comandado o PT com pulso firme nos seus piores momentos, sem fraquejar na lealdade ao presidente Lula, sobretudo quando ele estava preso em Curitiba. Combativa, casada com o atual líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), entre 2011 e 2024, comandou a Casa Civil durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). A nomeação também é uma contrapartida pelo seu apoio à candidatura do ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva à Presidência do PT."    

Sem escândalos    

A situação de Nísia é completamente diferente. Primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde e a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição histórica de ciência e tecnologia e referência internacional, entre 2017 e 2022, Nísia é doutora em sociologia (1997), mestre em ciência política (1989) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj — atual Iesp) e graduada em ciências sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980). É ligada ao chamado "partido sanitarista", que criou o Sistema Único de Saúde (SUS) sob a liderança do sanitarista Sérgio Arouca, porém não tem apoio dos grupos de saúde privada nem dos conselhos de medicina.    

Nísia queixa-se das "especulações desagradáveis" sobre sua saída, vítima que é da clássica estratégia de desgaste à qual ministros são submetidos antes da queda.   

Voltei    

A estratégia política — e aqui não se salva nenhum partido — é a seguinte: elogia-se ao máximo qualquer candidato ao ser lançado para um cargo público. Depois, começam as "piadinhas" antes de mandá-lo embora, como se tentassem provocar o pedido de demissão. Parece que não foi o caso da ministra, mas faz parte do jogo. Quem está na política tem que estar preparado para o fogo amigo. E esse é o inimigo mais perigoso que existe. Certo?

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