Como estamos em mais um ano eleitoral, e as negociações entre os partidos estão se encaminhando a passos curtos, nada melhor que recorrer ao passado e tentar, mais uma vez, mostra que não existe as tais esquerda, direita, talvez sim, o centro, que tem comandado a política brasileira. Pelo visto é o que está acontecendo agora. Os partidos estão a espera de suas cúpulas em Brasília. Em 26-12-2009 a coluna abordou a próxima eleição municipal no Brasil. Sempre enfatizando a extinção das tais direita e esquerda. Faço um faço um ‘intróito’ e colo.    

ESQUERDA – DIREITA- CENTRO EM EXTINÇÃO  

Hoje em dia quem afirmar que é a luta da direita e esquerda, está por fora dos acontecimentos políticos.  Não preciso nem relembrar que o comício da Central, com mais de um milhão de pessoas, reuniu no mesmo palanque: Antonio Carlos Magalhães, José Sarney, Brizola, Lula, Arraes, Tancredo, Fernando Henrique, e uma gama de políticos, adversários antigos. Durante o período eleitoral, uniram-se ARENA E MDB. Daí em diante, tudo era possível de acontecer em política. Quando começou a eleição com voto do povo, também teve início a formação de novos partidos. Já tivemos composições partidárias entre adversários (inimigos antigos). Até que aconteceu o máximo: Lula Buscou Maluf para coligação. Então agora, que o PT se une em segundo turno com o PSDB, no Rio Grande, tem muitas pessoas criticando. Mas isso não é mais novidade. Só prova que para assumir o poder, vale tudo. Assim como aconteceu com o PSDB de Fernando Henrique que se uniu a Lula, para vencer a eleição brasileira. Alguma novidade? Nenhuma. Agora Lula está formando a maior bancada no Congresso. Primeiro aumentou os Ministérios de 26 para 37. Não nomeou todos os ministros. Até ontem faltava ocupar 15 Ministérios. Ele aguarda a ‘negociação’ com os demais partidos, para abrigar os novos aliados. Qual a novidade? Nenhuma. Vamos voltar ao passado. A governadora Yeda, manteve um grande combate com a oposição. Até em frente de sua casa, houve manifestação. Ela era e é do PSDB. Pois hoje, seu partido, está unido com o PT, que apoiou Eduardo Leite no segundo turno. Qual a novidade? Nenhuma. No segundo turno a candidata Yeda, não conseguiu se reeleger. Até o Ministério Público Federal mostrava na época a ‘partidarização’ presente. Isso não é invenção, são os fatos. Na coluna publicada em 23-12-2009, hoje completa 13 anos, Fiz o seguinte comentário:  

A TEMPORADA DE GUERRA DA OPOSIÇÃO 

“Sem provas foi arquivado pela Justiça o processo contra a Governadora Yeda. A Assembleia Legislativa, por ser a maioria do governo irá engavetar o processo de cassação. Ela será candidata e com os números financeiros á mão, passara por vítima de uma oposição ferrenha”. Alguém ao ler esta coluna deverá pensar que estou abrindo meu voto para a governadora. Ledo engano. Entendo que o engano faz parte do patrulhamento ideológico. Faz parte do jogo. Sempre fui contra a reeleição. O que não quer dizer que não possa votar nela. A alternância no poder ajuda a firmar nossa democracia, ainda incipiente. Agora constatar a verdade, e no caso são os números que falam mais alto, faz parte sim de minha função. Lembro e, acredito, todos lembram, que o Banrisul vinha de prejuízo de mais de 300 milhões ano. Além do mais o décimo terceiro era pago com empréstimo e antecipação do ICMS. Nada mais é necessário. É pago com recursos do tesouro. Algum milagre? Não. Apenas administração. Sua próxima etapa já anunciada é o pagamento dos precatórios. Para isso tem que ter permissão para usar o tal de caixa único. Outros governos já usaram. Vai ser outra peleia. Se ela se fizer de vítima, acredito que nas entrelinhas se fará, é uma forte candidata ao segundo turno. A oposição vai começar a apertar o cerco. Vai contestar os números. Vai vociferar contra o arquivamento da CPI. Continuará acusando a malversação de dinheiro público. Continuará perguntando de onde saiu o dinheiro para a compra da casa. Enfim vai fazer tudo o que estiver a seu alcance para denegrir a imagem da governadora. Até aí faz parte do jogo”  

VOLTEI; Quem diria, hoje, 23 de dezembro de 2022, a manchete é: PT apoia PSDB e ajuda a reeleger Eduardo Leite. Que os leitores acham? Eu acho que não tem nada de anormal. Isso já vem acontecendo desde a volta a Democracia. Repito a pergunta: O que mudou? Nada. Tá?