O PSDB desistiu de levar adiante o processo de fusão com o Podemos, conforme anunciou o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) nessa sexta-feira, dia 13. A negociação estava na reta final após convenção tucana autorizar a junção das duas siglas também na semana passada. 

O motivo da desistência se deu por discordância sobre o comando do novo partido. A proposta é de que o Podemos iria comandar a legenda unificada pelos próximos 4 anos – o que foi negado pelo PSDB.  

Segundo Aécio Neves, a proposta do PSDB era que houvesse um revezamento na presidência, com mudanças a cada seis meses e depois a cada um ano. Tal período de transição terminaria na eleição de 2028, quando seria feita uma eleição convencional para formar um diretório nacional e uma executiva com mandato de dois anos. 

Ainda de acordo com o tucano, o Podemos exigiu quatro anos de presidência para a deputada federal Renata Abreu (Podemos) já a partir de agora.   

Consequências 

O PSDB deve focar em uma federação com outro partido – a federação pode ser dissolvida após quatro anos, diferentemente da fusão. No momento, o PSDB é federado com o Cidadania, porém a parceria acaba no começo de 2026. 

A fusão com o Podemos foi anunciada no final de abril. Em 5 de junho, o PSDB havia aprovado, com 201 votos a favor e 2 votos contrários, a fusão com o Podemos em convenção partidária. Inclusive, o governador Eduardo Leite, que era até então a principal liderança tucana do Rio Grande do Sul, anunciou sua filiação ao PSD após 20 anos na sigla. 

Extinção 

A Emenda Constitucional de 2017 instituiu a cláusula de desempenho, que define critérios mínimos para que partidos tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. A medida busca reduzir o número de legendas, incentivando fusões e incorporações, com o objetivo de ampliar a governabilidade.